Pesquisa sobre Tendências Digitais em Operações 2024

Pesquisa sobre Tendências Digitais em Operações 2024
  • Maio 20, 2024
69%

dos executivos de operações e da cadeia de suprimentos afirmam que os investimentos em tecnologia não produziram totalmente os resultados esperados

37%

dizem que suas empresas mudaram seu modelo operacional (por exemplo, estratégia de rede de abastecimento ou malha logística, segmentação) no ano passado

70%

afirmam que suas empresas testaram ou implementaram IA generativa

Quando as empresas investem muito em diferentes tecnologias para melhorar as operações e as cadeias de suprimentos, é normal que ocorram algumas tentativas e erros. Mas, como mostra nossa Pesquisa sobre Tendências Digitais em Operações 2024, ainda há muitos equívocos e isso pode ser difícil para o alto escalão e os acionistas absorverem.

Esta edição foi realizada com 600 líderes de operações e de cadeia de suprimentos, e revelou uma lacuna importante entre o que eles esperavam que a nova tecnologia poderia proporcionar e os resultados reais.

Para aqueles que são “obcecados por resultados”, esse gap prejudica os esforços para criar mais valor na cadeia de suprimentos e nas operações em geral. Algo que poucos podem se permitir num mundo onde 45% dos CEOs, segundo a 27ª CEO Survey da PwC, acreditam que suas empresas não serão viáveis dentro de dez anos se permanecerem no caminho atual.

O dinheiro continua a fluir, mas as razões e os resultados desejados muitas vezes não são claros.

  • A maioria das empresas investe em novas tecnologias, mas as despesas variam muito e não está claro como as tecnologias funcionam em conjunto – especialmente porque soluções mais holísticas geralmente envolvem menos investimento.
  • Quase todos os entrevistados afirmam que as suas empresas têm pelo menos experimentado algo com a IA generativa (GenAI), mas apenas 20% relatam a utilização generalizada desta tecnologia nas operações e na cadeia de suprimentos. E os benefícios até agora têm sido desiguais.
  • As competências digitais ainda estão em segundo plano. Menos de um terço dos entrevistados afirma que o desenvolvimento da sua força de trabalho digital e o aumento da digitização, automação e análise de dados estão entre as suas principais prioridades.
  • Provavelmente é por isso que 59% dos entrevistados citam mais de um motivo pelo qual seus investimentos em tecnologias para operações não produziram totalmente os resultados esperados.

Na ausência de um argumento de negócio claro e de uma estratégia corporativa clara e coerente, os objetivos podem mudar, os benefícios de curto prazo tendem a ser priorizados e as operações habituais seguem predominando.

  • As principais prioridades dos entrevistados continuam a ser a gestão ou a redução de custos e o aumento da eficiência – muito mais do que ações estratégicas que podem aumentar o valor e a adaptabilidade a longo prazo.
  • Os principais objetivos de digitizar as operações são reduzir custos e melhorar a velocidade e a qualidade das decisões, em vez de explorar inovações ou implementar e apoiar diferentes modelos de negócios.
  • Embora cerca da metade dos entrevistados preveja fazer novos investimentos digitais para cumprir os regulamentos sobre segurança cibernética e privacidade de dados – assim como os padrões de qualidade e segurança –, menos de um terço espera fazer o mesmo em relação aos regulamentos climáticos e comerciais.
  • Mais da metade (53%) concorda fortemente que é importante incorporar a sustentabilidade nas operações, mas as taxas de resposta em relação a ações ou comportamentos específicos são mais baixas.

É preciso fazer mudanças radicais na forma de pensar para dar conta dos crescentes desafios na digitização das operações. Se os investimentos digitais não seguirem novos modelos com sólidos casos de negócios, as operações e as cadeias de suprimentos não conseguirão resolver problemas sérios e iminentes que podem limitar o crescimento e o sucesso no longo prazo.

Muito investimento em inovação e eficiência operacional – e por que a tecnologia não funciona?

Muitas empresas investiram em diversas tecnologias para digitizar as operações. A nuvem (62%) e a IA, incluindo o aprendizado de máquina (55%), apresentam uma liderança clara, enquanto as melhorias em ERPs (27%) e os ecossistemas de dados (33%) recebem o menor investimento. Entre as diferentes áreas de operações, o controle de qualidade é o que mais utiliza tecnologia, principalmente a IA e os recursos de visibilidade operacional e análise de dados. Serviços e manutenção são os que registram menos avanços. Já o planejamento, o fornecimento, a produção e a distribuição estão em um nível intermediário semelhante.

Mesmo assim, 69% dos entrevistados selecionaram pelo menos uma razão pela qual seus investimentos em tecnologias para operações não produziram totalmente os resultados esperados. Mais da metade (59%) citou pelo menos duas razões e 37% citaram pelo menos três. Embora a proporção de entrevistados cujas empresas não concretizaram plenamente os resultados esperados tenha diminuído em relação aos anos anteriores, o fato de mais de dois terços ainda alegarem deficiências nos investimentos tecnológicos indica um problema persistente.

A IA generativa tem muito potencial, mas precisa de mais foco

Sete em cada dez entrevistados relataram ter feito testes ou implementação com IA generativa, o que está em linha com a grande expectativa em torno dessa tecnologia. Na nossa 27ª CEO Survey, 70% dos CEOs em todo o mundo disseram que a IA generativa mudará significativamente a forma como suas empresas criam, entregam e capturam valor - no Brasil, esse número foi de 72%. 

Porém, apenas um em cada cinco responsáveis pelas operações e pela cadeia de suprimentos afirmou que a IA generativa foi implementada em muitas áreas. E essa implementação é distribuída entre diferentes atividades – desde formação de funcionários em soluções de IA generativa até contratação de novos talentos ou prestadores de serviços– o que indica uma falta de estratégia consistente de IA generativa em muitas operações.

Casos de negócio voltados para tecnologias em operações devem ser reforçados para criar valor duradouro

Todos querem gastar menos e ser mais eficientes. Por isso é compreensível que, ao digitizar as operações, a redução de custos e o aumento da velocidade estejam entre os objetivos mais importantes para os entrevistados – e que essas metas continuem a ser suas principais prioridades. Mas é preocupante ver que há muito menos apoio a objetivos que podem ter um impacto de longo prazo, como a exploração de inovações e a implementação de diferentes modelos de negócio.

Embora 50% dos entrevistados tenham afirmado que aumentaram o seu orçamento global para tecnologia nos últimos 12 meses – o que é admirável – apenas 36% afirmaram ter reestruturado as suas redes de cadeia de suprimentos e somente 37% afirmaram ter mudado o seu modelo operacional. Nossa experiência indica que essa “mudança” é muitas vezes mais uma melhoria ou evolução do que uma mudança generalizada no modelo. Isso também está relacionado à baixa adesão à iniciativa de reconfigurar a rede da cadeia de suprimentos – apenas 26% indicaram a atividade entre as principais prioridades.


As metas de digitização que poderiam ter impacto de longo prazo não estão sendo priorizadas


Impulsionar o crescimento
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Reduzir custos
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Melhorar a velocidade e a qualidade das decisões
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Explorar e fazer pilotos de inovações
%
Aumentar a resiliência
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Implementar diferentes modelos de negócios
%
Simplificar a tecnologia legada
%

P: Quais são seus objetivos mais importantes ao digitizar suas operações? (Classifique até três, sendo um o mais importante).
Fonte: Pesquisa sobre Tendências Digitais em Operações 2024. Base: 600 entrevistados.

O aumento das competências digitais por si só não será eficaz para eliminar o trabalho do sistema

As empresas têm chamado a atenção para a necessidade de competências digitais há anos. No total, 39% dos entrevistados afirmaram que a falta de talentos digitais qualificados é o seu maior desafio para a digitização das operações – superando problemas de dados, eliminação gradual da tecnologia legada e outras questões. Além disso, 74% disseram que a aquisição e retenção de talentos são um risco moderado ou grande para as operações da sua empresa.

Mas isso é apenas conversa fiada? Considere que menos de um terço dos líderes de operações e da cadeia de suprimentos afirma que o desenvolvimento da sua força de trabalho digital e o aumento da digitização, automação e análise de dados estão entre as principais prioridades. E isso depois que os executivos da nossa 27ª CEO Survey afirmarem que, em média, 40% do tempo gasto em reuniões, processos administrativos e e-mails é ineficiente.

Em relação a fazer investimentos digitais em operações, é mais provável que as empresas olhem para a sua força de trabalho. A proporção de entrevistados que disse estar aumentando o treinamento dos funcionários para uso de tecnologias digitais (87%), contratando talentos com habilidades digitais (84%) e requalificando funcionários para novas funções (80%) é maior do que aquela que está mudando o número total de funcionários (72%), usando fornecedores terceirizados para preencher lacunas de habilidades (64%) e alterando sua dependência de mão de obra terceirizada (61%).

Falta uma visão mais ampla dos riscos e regulamentações – e isso pode custar caro

Se você trabalha em operações e na cadeia de suprimentos, é essencial mitigar riscos e saber agir em meio à turbulência. Não surpreende que as disrupções na cadeia de suprimentos (46%) e as ameaças e ataques cibernéticos (40%) sejam os principais riscos para as operações de uma empresa – à frente dos custos laborais, da aquisição e retenção de talentos e das elevadas taxas de juros. E tudo isso ultrapassa questões globais mais amplas que podem repercutir nas operações de empresas de vários tamanhos, como o ambiente regulatório fora dos EUA (21% dizem ser um grande risco), tensões geopolíticas (23%) e climáticas (25%).

Esse cenário realça a necessidade de incorporar mais a resiliência no planejamento de longo prazo – embora o foco de curto prazo englobe também o cumprimento das regulações. Há muito mais entrevistados interessados em fazer novos investimentos digitais para cumprir os requisitos de segurança cibernética e de privacidade de dados do que para abordar regulamentações climáticas ou comerciais. Isso sugere que muitas empresas – mesmo que concordem com a necessidade de reorientar sua cadeia de suprimentos e reconsiderar seu modelo operacional – não têm capacidade para pensar de forma mais ampla e radical. Continuam a pensar de forma incremental e fazer “o que sabem”.


O foco regulatório em investimentos digitais varia muito


Cibersegurança e privacidade de dados
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Qualidade
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Infraestrutura e construção
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Práticas trabalhistas
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Rastreabilidade
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Comércio
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Clima e meio ambiente
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P: Quais dessas áreas regulatórias vão precisar de investimentos digitais relacionados a operações para que sua empresa se mantenha em conformidade? (Classifique até três, sendo um o mais importante).
Fonte: Pesquisa sobre Tendências Digitais em Operações 2024. Base: 600 entrevistados.

Reconhecendo as oportunidades inexploradas relacionadas à sustentabilidade

Pouco mais da metade dos responsáveis por operações e cadeia de suprimentos concorda firmemente que a incorporação da sustentabilidade nas operações está se tornando mais importante – um sinal de que algumas empresas valorizam as oportunidades estratégicas que a sustentabilidade apresenta. Isso inclui produtos e serviços sustentáveis, descarbonização em toda a cadeia de suprimentos e relatórios ESG que podem levar a insights sobre o crescimento. À medida que mais empresas trabalham para alinhar seus fornecedores com os seus objetivos de sustentabilidade (como indicado por 45% dos entrevistados que concordam fortemente com isso), esses fornecedores também poderão tornar a sustentabilidade uma prioridade maior. As empresas que adotam uma abordagem firme em relação à sustentabilidade poderão conquistar novos negócios, ganhar participação de mercado e obter valor com seus investimentos digitais.

Como você pode vencer?

É hora de levar a sério como ir além da busca de uma determinada tecnologia e realmente promover avanços com seus investimentos digitais – sem perder o foco nos resultados.

  • Aceite a complexidade e pense de forma holística. Os problemas de integração que vemos com os novos investimentos digitais muitas vezes se resumem ao foco restrito de cada equipe – passam o problema de uma para outra, em vez de seguir uma arquitetura de ponta a ponta. Invista tempo no front-end para estabelecer um argumento de negócios para a digitização. Em seguida, reserve tempo para que os funcionários compreendam as metas de longo prazo.
  • Considere a experiência dos funcionários e dos clientes na implementação da tecnologia. Isso inclui identificar o que esses dois grupos de usuários precisam para alcançar os resultados desejados. Enfatize a agilidade como chave para a produtividade e reconheça que a digitização das operações é mais do que uma simples transação tecnológica.
  • Supere a má qualidade dos dados para tomar melhores decisões. A qualidade e a análise dos dados podem ser desafios constantes, mas qualquer compromisso sério com investimentos digitais começa com a definição clara dos objetivos finais. As equipes não trabalharão de forma diferente sem compreender a importância de extrair valor dos dados e como isso pode fornecer um direcionamento mais eficaz e gerar ganhos mensuráveis.
  • Trate a IA generativa como uma marcha, não uma corrida. Com todo o seu potencial, a IA generativa continua em seus primórdios em muitas áreas operacionais. Apressar-se em investir nesse recurso e implementá-lo sem entender como usá-lo de forma eficaz pode atrasar sua empresa no desenvolvimento de soluções escaláveis. De acordo com nossa experiência, os testes mais úteis são realizados com uma estratégia bem pensada, não com uma abordagem plug-and-play.
  • Expanda seu escopo de risco e transforme necessidades em oportunidades. A disrupção é inevitável, mas não precisa definir seu gerenciamento de riscos. Revise minuciosamente suas capacidades atuais para identificar quais novas tecnologias podem ir além da solução de turbulências de curto prazo e ajudar a desenvolver a rede da sua cadeia de suprimentos como um todo.
  • Integre a criação de competências digitais à sua cultura. A adoção de novas tecnologias dificilmente resultará em melhorias de eficiência e no aumento da resiliência sem a implementação de medidas concretas para promover novas metodologias de trabalho. É essencial avaliar o que é necessário para direcionar as iniciativas digitais em diversas áreas das operações e da cadeia de suprimentos e que pode ajudar a expandir a requalificação profissional em todas as funções.
  • Reconheça como prioridades mais amplas também podem solucionar preocupações persistentes. Muitas empresas estão menos dispostas a priorizar novos modelos de negócio ou desenvolver resiliência, mas esses esforços podem ser fundamentais para gerenciar e manter sob controle desafios como a redução de custos e o ganho de agilidade. Não se prenda à ideia de uma escolha entre uma opção ou outra.
  • Encare a tecnologia como um meio para alcançar resultados de negócios mensuráveis. Comunicar os resultados dos investimentos digitais é algo já esperado, mas essa análise não deve se restringir a departamentos ou divisões específicas. Expanda sua visão para além das reduções incrementais de custos ou aumentos de receita e veja como as novas tecnologias estão realmente impulsionando inovações capazes de se traduzir em crescimento tangível para sua organização.

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Sobre a pesquisa

A Pesquisa sobre Tendências Digitais em Operações 2024, conduzida pela PwC, abrangeu entrevistas com 600 executivos de operações e responsáveis pela cadeia de suprimentos em janeiro e fevereiro de 2024. Entre os respondentes da pesquisa on-line estão executivos de alto escalão, incluindo membros do C-suite, diretores, gerentes e membros de conselho, todos sediados nos EUA, que ou têm total responsabilidade pelas decisões estratégicas em operações e cadeia de suprimentos e compras, ou compartilham sua influência com outros. Os setores pesquisados incluem: bens de consumo; energia, serviços públicos e mineração; serviços de saúde e produtos farmacêuticos; produtos industriais; e tecnologia e telecomunicações.

Consulte relatórios anteriores: Pesquisa PwC sobre Tendências Digitais na Cadeia de Suprimento 2023

Contatos

Jean Melle

Jean Melle

Sócio, PwC Brasil

Tel: +55 (11) 98870-8782

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