Women in Work Index 2022

Construindo um ambiente de trabalho inclusivo em um mundo net zero

Comemoramos este ano uma década do Women in Work Index da PwC. O relatório permite refletir sobre os impactos reais da pandemia de covid-19 na vida, nos empregos, na prosperidade econômica e no bem-estar mais amplo das mulheres. E, sobretudo, permite mirar o futuro.

Em 2020, o Women in Work Index caiu pela primeira vez em sua história devido aos impactos da pandemia de covid-19. Nossa análise mostra que, após uma década de melhoria lenta – mas constante – nos resultados de emprego das mulheres, o progresso rumo à igualdade de gênero no trabalho foi atrasado em pelo menos dois anos nos 33 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As perdas de emprego das mulheres devido à pandemia de covid-19 foram relativamente piores do que as dos homens. Isso foi demonstrado por taxas mais altas de desemprego feminino e menor participação das mulheres no mercado de trabalho em 2020 em toda a OCDE.

No mundo inteiro, as economias estão se recuperando dos danos causados pela pandemia, e a ação governamental e empresarial para enfrentar a crise climática é maior do que nunca. Os novos empregos verdes que estão sendo criados na transição para o net zero representam enormes oportunidades para economias e forças de trabalho no planeta.

Explore as principais revelações da pesquisa, descubra o que governos e organizações podem fazer para melhorar os prognósticos para as mulheres no trabalho e estabeleça um plano para um mundo do trabalho mais sustentável, próspero e inclusivo para todos.

Se você tiver alguma dúvida sobre nossa pesquisa, entre em contato conosco.

A visão global

Pela primeira vez, a Nova Zelândia lidera o Women in Work Index, com Luxemburgo e Eslovênia na segunda e terceira posições respectivamente. O Reino Unido foi o que mais ascendeu no ranking, enquanto o Canadá sofreu a maior queda.

Gênero e etnia no local de trabalho

O progresso rumo à igualdade não está beneficiando igualmente todas as mulheres da OCDE. Alguns grupos - como mulheres negras e de outras etnias - enfrentam maiores desafios e injustiças que resultam em desvantagens para alcançar o sucesso econômico.

Mulheres que criam filhos

As mulheres que criam os filhos pagam uma “penalidade pela maternidade”, traduzida pelo subemprego, pela progressão mais lenta na carreira e por rendimentos mais baixos ao longo da vida. O aumento da carga de cuidados não remunerados com as crianças, suportados por mães e mulheres que ficaram com os filhos durante a pandemia de covid-19, foi um dos principais fatores por trás do efeito desproporcional da crise sanitária nos resultados gerais do emprego das mulheres.

Conciliar trabalho remunerado com essas demandas adicionais levou mulheres que ficaram cuidando dos filhos a reduzir sua contribuição para o mercado de trabalho e, em alguns casos, abandonar completamente a força de trabalho.


De acordo com a análise da OCDE, ao se examinar mulheres e homens com status de paternidade em 25 países da OCDE:
  • As mães de crianças menores de 12 anos tinham mais de 3 pontos percentuais de probabilidade de deixar o emprego do que os pais de crianças menores de 12 anos (entre o primeiro e o terceiro trimestre de 2020).
  • Para mulheres e homens sem filhos menores de 12 anos, a diferença era inferior a meio ponto percentual.

O impacto do net zero

A próxima década do Women in Work será moldada pela transição das economias globais para o net zero: o impacto dos empregos verdes que serão criados e a demanda por habilidades verdes associadas a eles.

Atualmente, as mulheres estão em desvantagem: o progresso já lento rumo à igualdade foi atrasado ainda mais pela pandemia. A transição para o net zero perpetuará ainda mais as desigualdades, a menos que haja uma intervenção direcionada para resolver essa questão.

Nossa análise da transição do setor de energia para o net zero mostra que, em toda a OCDE, os novos empregos verdes criados se concentrarão em apenas alguns setores. Serviços públicos, construção e manufatura são os três principais. Esses setores empregam quase 31% da força de trabalho masculina em toda a OCDE, em comparação com apenas 11% da força de trabalho feminina. Como os novos empregos se concentram em áreas dominados por homens, a força de trabalho masculina estará em melhor posição para aproveitar as novas oportunidades.

Se nada for feito para aumentar a representação das mulheres nesses setores de crescimento da economia verde, estimamos que a disparidade de emprego entre homens e mulheres na OCDE aumentará 1,7 ponto percentual até 2030, passando de 20,8% em 2020 para 22,5% em 2030 (em vez de 22%, se as economias da OCDE não fizerem nada para enfrentar a crise climática).

Políticas inclusivas para um futuro mais justo

Ao abordar a crise climática de frente, devemos aprender com os erros da pandemia e nos concentrar na elaboração de políticas sensíveis ao gênero, que permitirão às mulheres ter acesso a futuras oportunidades de emprego igual aos homens.

Equipar as mulheres com as habilidades certas para se posicionar com sucesso no mercado de empregos verdes é um lado da equação. Isso ajudará a criar maior segurança econômica para elas e melhorar o acesso a empregos sustentáveis e de alta qualidade em mercados de crescimento de longo prazo.

O outro lado da equação é construir um mundo do trabalho que atenda melhor às necessidades das mulheres e de outros grupos marginalizados.

Neste futuro mundo verde do trabalho, devemos oferecer:

Opções de trabalho flexíveis

Devem ser acessíveis e aproveitadas igualmente por todos, tanto mulheres quanto homens, de modo que o trabalho flexível seja aceito como prática padrão e não haja preconceitos de gênero, conscientes ou inconscientes, contra aqueles que trabalham com flexibilidade.

Creche acessível

São necessárias opções de cuidados infantis mais acessíveis para ajudar a reduzir o fardo dos cuidados não remunerados fornecidos pelas mulheres.

Igualdade de licença parental remunerada

Governos e empresas devem adotar políticas de licença parental igualitária para ajudar a redistribuir a carga de cuidados não remunerados das mulheres. Isso permitirá que as mulheres aumentem sua participação no trabalho remunerado e tenham melhores oportunidades de progressão na carreira. Também ajudará a reduzir as disparidades salariais entre homens e mulheres.

Somente quando mulheres e homens são considerados iguais no cuidado dos filhos e no trabalho doméstico, a igualdade de gênero no trabalho se torna uma realidade viável.

À medida que olhamos para um futuro mais justo e verde, precisamos de governos e, sobretudo, de empresas, para indicar o caminho e reconstruir nossas economias e sociedades com boas políticas e práticas, que colocam as necessidades das mulheres no centro e são concebidas a partir de uma análise intersetorial. Isso nos permitirá projetar um futuro com igualdade e, finalmente, romper com o preconceito. Não basta imaginar um mundo com igualdade de gênero: todos nós devemos fazer nossa parte para criá-lo.

Contatos

Luciana Medeiros

Luciana Medeiros

Sócia, PwC Brasil

Tel: 4004 8000

Leandro Camilo

Leandro Camilo

Sócio, PwC Brasil

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