À medida que mais empresas adotam o embedded finance, as instituições financeiras tradicionais enfrentam o desafio de se adaptar a um novo cenário, definido pela evolução de ecossistemas centrados nas necessidades do cliente e no qual os aplicativos financeiros são essenciais.
Para ter uma vantagem competitiva de longo prazo e aproveitar o poder dos ecossistemas, instituições financeiras tradicionais devem entender como as redes se formam em torno das necessidades dos clientes.
Elas precisam definir o papel que desejam desempenhar nas cadeias de valor, o que inclui saber como vão facilitar e impulsionar os pagamentos instantâneos de transações financeiras e dados de clientes.
Quatro prioridades podem ajudar as instituições a se preparar para promover mudanças, impulsionar sua mentalidade empreendedora e fortalecer seu parque tecnológico.
O embedded finance cria prioridades para trazer ofertas convenientes e centradas no cliente. É em torno das necessidades do cliente que as propostas de valor são construídas. Para atendê-las, ecossistemas promissores estão se formando – cada um com uma jornada distinta e uma rede de players. Os bancos precisam ter objetivos claros sobre em quais ecossistemas mirar e onde se posicionar para gerar mais valor.
É fundamental que a liderança apoie uma estratégia de ecossistema que incentive a inovação disruptiva, em vez de se contentar com melhorias nas operações existentes.
Decidir de forma estratégica onde atender os clientes, além dos pontos de contato e interações existentes.
Concentrar-se em jornadas de clientes sem atrito que podem ajudar a influenciá-los. Construir ofertas personalizadas que são adaptadas a usuários individuais (e não a grupos) também podem criar oportunidades para instituições financeiras com boas estruturas de dados.
Mapear as jornadas dos clientes para melhor definir as oportunidades de intervenção e prestação de serviços financeiros.
As instituições financeiras têm tradicionalmente contado com um relacionamento direto com seus clientes. No entanto, quando os serviços financeiros – como pagamentos, empréstimos e seguros – são integrados a plataformas não financeiras, eles se tornam secundários em relação à intenção e jornada do cliente.
Os líderes têm escolhas importantes a fazer sobre o papel que suas empresas vão desempenhar nos ecossistemas de embedded finance. Vários modelos de negócios em potencial são possíveis, considerando três papéis: plataformas, habilitadores e detentores de licenças.
Independentemente de onde as instituições financeiras atuam, é provável que seja limitada a forma como elas podem se integrar com sucesso em um mercado ou nicho. Dentro de ecossistemas em rápida expansão, a competição será acirrada.
Revise os recursos internos e com parceiros em potencial para determinar sua posição na cadeia de valor de cada ecossistema centrado no cliente. Em seguida, decida como alcançá-los de forma eficaz.
Desafie o status quo de sua estratégia de distribuição. Se você decidir mudar seu modelo de negócios, entenda as ações necessárias para viabilizar essa escolha. As instituições financeiras que procuram atuar por meio de plataforma devem melhorar o foco no cliente, os dados e as parcerias tecnológicas para acompanhar o ritmo das instituições não financeiras centradas no usuário.
Crie uma estrutura de gerenciamento de risco renovada para gerenciar o que é distribuído em ecossistemas de vários parceiros, evitando erros nas experiências.
A implementação de uma estrutura dedicada para identificar, gerenciar e revisar os parceiros é essencial para garantir pontos de contato adequados na incorporação de serviços financeiros, manter a cobertura nos segmentos de clientes e lidar com volumes crescentes de transações. A criação de valor em escala também requer a integração dos objetivos de parceria nos principais modelos operacionais e de negócios.
Para muitos, isso exigirá um esforço grande para incentivar os funcionários a adotar novas formas de pensar e trabalhar.
As empresas devem procurar promover culturas que incentivem parcerias para identificar novos canais de serviços de embedded finance e reunir as capacidades a serviço de uma proposta de valor combinada.
Incentive seus colaboradores a ter uma mentalidade que valoriza a busca de novas oportunidades. O sucesso requer foco e comprometimento em capitalizar novas parcerias.
Crie recursos para desenvolvimento de parcerias e defina uma visão ampla para KPIs que se aplicam aos parceiros de varejo e intermediários.
Intensifique a gestão de riscos de terceiros para atender às necessidades dos novos modelos de negócios. Isso requer uma evolução das funções de gerenciamento de risco.
Os clientes esperam uma execução quase impecável dos serviços de embedded finance, transferindo o ônus para que os players tradicionais acelerem sua transformação digital. Os líderes financeiros estão sintonizados com essa necessidade.
Um componente-chave no processo de transformação digital é a necessidade de atualizar os stacks antigos de TI, incluindo a modernização da interoperabilidade por meio de APIs, entre instituições financeiras e seus parceiros de ecossistema.
Os dados disponibilizados por meio de ecossistemas ou parcerias desempenham um papel importante, já que fornecem informações sobre padrões de consumo, parâmetros de produtos bem-sucedidos e riscos emergentes, além de facilitar o entrelaçamento de serviços financeiros a partir das mudanças nas necessidades dos clientes.
As organizações que escolherem uma abordagem proativa e direcionada terão o benefício de ter jornadas de clientes e acessar dados, com uma vantagem competitiva sustentável.
Acelere a digitalização completa do backoffice.
Revise se deve reutilizar a infraestrutura existente para propostas do embedded finance ou se deve configurar novos recursos em paralelo.
Amplie o acesso e a compreensão dos dados do cliente – além dos relacionamentos bancários tradicionais. Isso inclui um foco no uso e na proteção de dados, para gerenciar o uso indevido, a privacidade e o risco cibernético.
Cumprir a promessa de embedded finance não será fácil, mas é um imperativo para bancos que desejam permanecer competitivos, não apenas nos próximos dois anos, mas nas próximas duas décadas.