Pesquisa Global sobre Fraudes e Crimes Econômicos 2024

Pesquisa Global sobre Fraudes e Crimes Econômicos 2024
  • Dezembro 26, 2024

Como enfrentar os desafios do futuro gerenciando riscos de forma inteligente

Nossa pesquisa de 2024 envolveu:

~2.500

entrevistados – dois terços eram executivos de alto escalão e 40% eram de empresas com receita acima de US$ 1 bilhão.

63

territórios nas Américas, Europa, Oriente Médio e Ásia-Pacífico.

+45

entrevistas com altos executivos de grandes corporações sobre suas melhores práticas.

Riscos são inevitáveis. A forma como uma empresa os assume e mitiga para crescer e prosperar é que diferencia os líderes.

No atual cenário global e interconectado, o risco de fraudes e crimes econômicos é um desafio persistente. As pressões geopolíticas estão aumentando os riscos relacionados a sanções e controles de exportação. A exposição a suborno e corrupção tem aumentado à medida que multinacionais entram em novos mercados em busca de crescimento.

Há um escrutínio público e regulatório cada vez maior em relação ao uso de trabalho análogo ao escravo e outras responsabilidades ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês) – não apenas nas empresas em si, mas em toda a cadeia de suprimentos que as sustenta.

Além disso, à medida que o mercado de fusões e aquisições se fortalece, quem compra pode estar exposto a eventuais passivos associados a atos ilegais encobertos nos novos ativos. Em resumo, o risco de fraudes e crimes econômicos está mais complexo do que nunca – e proteger e criar valor são uma tarefa ainda mais desafiadora

Em paralelo, em todo o mundo, governos estão sinalizando expectativas crescentes de que as empresas façam a sua parte para prevenir fraudes e crimes econômicos e sejam totalmente transparentes sobre suas consequências. O enforcement regulatório e a cooperação transnacional entre as agências de aplicação da lei estão aumentando em um esforço de combater criminosos e o impacto devastador de suas ações sobre indivíduos, empresas e economias.

Neste relatório, compartilhamos os destaques do cenário regulatório e de aplicação da lei no mundo, além de mostrar onde as empresas estão posicionando seus esforços para aprimorar a gestão de riscos. Apresentamos ainda as perspectivas de líderes do setor sobre as etapas críticas para estruturação de programas de compliance que apoiem os negócios na preservação da confiança e construção da resiliência, contribuindo para a segurança necessária que levará à transformação, ao investimento e ao crescimento.

Principais conclusões

55%

dos entrevistados afirmam que fraudes em procurement são uma preocupação em seus países, mas apenas uma minoria adota as ferramentas disponíveis no mercado para identificá-las ou combatê-las.

42%

não têm programas de gestão de riscos de terceiros ou não realizam nenhuma forma de pontuação de risco (risk scoring) como parte deles.

33%

relatam que a mensuração do risco de trabalho análogo ao escravo em suas cadeias de suprimento é prioridade em suas empresas.

59%

concordam que os controles de exportação se tornaram mais complexos e mais da metade acredita que esses procedimentos estão sendo aplicados com maior rigor hoje do que há dois anos.

44%

apontam que a conformidade com regulamentações sobre sanções é uma prioridade, mas somente 30% adotam medidas para testar a robustez desse tipo de programa.

“Estamos vivendo em uma era de múltiplos riscos impulsionados pela disrupção tecnológica, pelos conflitos geopolíticos, pela instabilidade econômica e pelas demandas ESG. São desafios que podem se tornar oportunidades, dependendo do seu apetite ao risco. O que está em questão aqui é a saúde da sua gestão de riscos e do seu compliance. Por outro lado, a formação de equipes com as competências corretas pode garantir as bases de dados e os recursos tecnológicos necessários para gerar insights mais precisos e tomadas de decisão mais assertivas.”

Marcos Panassol,sócio e líder de Risk Services – Forensics da PwC Brasil

Um novo olhar sobre um problema persistente – fraude em procurement

A fraude, em todas as suas formas, continua a ser um desafio constante.

Uma das formas mais antigas de fraude, aquela que acontece em contratos de compra, é ainda muito comum. Ela preocupa tanto pequenas empresas quanto multinacionais, independentemente da região ou setor da indústria.

Nossa pesquisa revela que a fraude em procurement, em particular, está entre os três crimes econômicos mais disruptivos enfrentados pelas organizações em todo o mundo nos últimos 24 meses, atrás do crime cibernético e da corrupção.

Embora haja dados em abundância para apoiar esforços de diligência em relação a terceiros e ainda que os sistemas de planejamento de recursos empresariais reforcem boas práticas nos processos de compra, a tecnologia não é uma força que vem apenas para o bem. Nas mãos de criminosos, ela também possibilita esforços sofisticados para perpetrar fraudes em procurement.

59%

das empresas realizaram uma avaliação abrangente de riscos de fraude nos últimos 12 meses e 12% planejam fazer isso dentro de um ano.

72%

disseram que o conselho de administração está regularmente bem-informado sobre os esforços para investigar acusações e mitigar riscos de fraude.

10%

das empresas brasileiras admitem que não utilizam nenhum tipo de análise de dados para identificar fraudes em procurement.

Corrupção – expectativas crescentes e oportunidades perdidas

Em todo o mundo, governos sinalizam expectativas crescentes de que os programas de compliance corporativos precisam se tornar mais sofisticados. Autoridades judiciais e reguladores têm elevado as exigências para a gestão de riscos de terceiros, assim como para o uso de análises de dados para apoiar os esforços de compliance e investigação. 

Incentivos ou proteções novas ou revisadas recentemente para lidar com whistleblowers em diversos países têm aumentado a pressão para que as empresas descubram e reajam rapidamente a alegações de má conduta, independentemente de o caso acontecer dentro da companhia ou em um fornecedor. Decidir se a denúncia deve ser feita, e para quem, continua sendo um desafio.

Nossa pesquisa aponta ainda que 81% dos executivos entrevistados acreditam que os esforços governamentais para aplicar leis anticorrupção estão se tornando mais robustos ou ao menos permanecendo estáveis nos países onde operam – e esse percentual chega a 92% para companhias sediadas na América do Norte.  

No Brasil, são mais de 70%. No total, 37% acreditam que esses esforços estão se tornando mais robustos e 35% entendem que está tudo igual. Chama a atenção, entretanto, a expressiva parcela (27%) que avalia que as ações de combate à corrupção, por parte do governo, estão perdendo força. O que pode ser um alerta para os negócios.

Opinião dos entrevistados sobre a aplicação de leis anticorrupção

Como os esforços do governo para fazer cumprir as leis anticorrupção estão mudando no país/países em que você opera?

Como terceiros estão envolvidos na maioria dos principais incidentes de suborno ou corrupção, a importância de monitorá-los continuamente – e fazer a diligência devida em novos fornecedores de alto risco – não pode ser subestimada.

Entre os componentes de um programa eficaz de compliance e anticorrupção de terceiros, o risk scoring, o monitoramento e as auditorias são elementos críticos.

Cadeia de suprimentos – protegendo direitos humanos

Um escrutínio público cada vez maior e um ambiente regulatório em rápida evolução estão impondo uma pressão crescente para que as empresas identifiquem e reduzam os riscos associados ao trabalho análogo ao escravo e a outros abusos em relação aos direitos humanos em suas cadeias de suprimento. 

Muitas das regulamentações novas e emergentes na União Europeia (UE) estão exigindo mapeamento da cadeia de suprimentos e avaliações de risco relacionadas a direitos humanos. 

Mais de um em cada três executivos (34%), no mundo, acredita que a avaliação dos riscos do trabalho análogo ao escravo em suas cadeias de suprimentos é uma prioridade – e quase 50% das empresas que estão na Europa Ocidental já fizeram esse tipo de avaliação ou planejam fazer no próximo ano.

No entanto, a preocupação das empresas brasileiras em relação a esse tema é menor. Somente 27% apontaram que uma avaliação dos riscos do trabalho análogo ao escravo já teria sido concluída, estaria em andamento ou poderia ocorrer dentro de um ano. Por outro lado, 35% declararam que essa não é uma prioridade para a empresa. Globalmente, 26% pensam da mesma forma.

Prioridade dada à avaliação do risco de trabalho forçado na cadeia de abastecimento

A avaliação dos riscos do trabalho análogo ao escravo é prioridade ou não para a sua empresa? 

Mapeamento das cadeias de suprimentos – o início da jornada

Sua organização mapeou sua cadeia de suprimentos?

Sanções e controles à exportação – complexidade e tensões geopolíticas

Questões geopolíticas – como o conflito entre Rússia e Ucrânia, as tensões entre China e Estados Unidos e as incertezas no Oriente Médio – dão origem ao ambiente regulatório de sanções e controles de exportação em que empresas de todo o mundo têm de operar. O governo americano, com seus departamentos de Justiça, Tesouro e Comércio, está impulsionando muitos desses desenvolvimentos, ao mesmo tempo que o alinhamento de outros países com essas políticas está aumentando. As multinacionais, por sua vez, independentemente de apoiarem ou não essas prioridades políticas, têm pouca escolha a não ser seguir as mudanças legislativas e regulatórias.

Nossa pesquisa sugere que a comunidade empresarial está de fato prestando atenção a esses desenvolvimentos. Globalmente, 59% dos executivos entrevistados concordam que os controles de exportação se tornaram mais complexos nos últimos dois anos. No Brasil, 61% fizeram a mesma avaliação. Esse percentual vai a 69% para empresas com mais de US$ 5 bilhões em receitas anuais e em organizações norte-americanas.

Gestão de riscos associados a controles de exportação

Até que ponto você concorda ou discorda das seguintes afirmações: 

A gestão de riscos associados a controles de exportação é uma prioridade em nossa organização.

Nossa empresa tem um processo robusto de avaliação de riscos de controles de exportação, inclusive com participação de equipes jurídicas, de compliance comercial e de operações – tanto na sede quanto em jurisdições de maior risco.

Assim como demonstra uma especial atenção aos riscos associados a controles de exportação, metade das empresas brasileiras apontou que o compliance com regulamentações sobre sanções tem uma prioridade alta. Outros 33% atribuíram ao tema prioridade moderada. 

No total, 65% dos respondentes da pesquisa consideram que a possibilidade de envolvimento de terceiros em atividades ilícitas representa um dos dois maiores riscos de sanções. No caso do Brasil, a percepção na liderança ainda é mais evidente, já que 71% enxergam riscos em terceiros como fornecedores, distribuidores e clientes.

O próximo salto

A complexidade não precisa ser sua adversária. Assuma riscos de forma inteligente e construa ainda mais confiança no compliance. Aborde estas questões com sua equipe antes de receber questionamentos do conselho de administração ou dos reguladores:

  • Seu conselho de administração está realmente comprometido com os desafios da empresa, como a necessidade de mapear de forma abrangente a cadeia de suprimentos para lidar melhor com os riscos de trabalho análogo ao escravo? 
  • Seu apetite ao risco está alinhado com o do CEO? 
  • Suas avaliações de riscos estão atrasadas? 
  • Será que uma visibilidade maior, dentro e fora da empresa, de casos passados de desvio de conduta de funcionários e de seus esforços para responsabilizar pessoas e reduzir os riscos de problemas futuros vai ajudar a frear comportamentos inadequados? 
  • A capacidade de investigação disponível vai levar ao esclarecimento dos fatos tão rápido quanto você precisa? 
  • Você está medindo suas perdas com fraudes de maneira adequada e chegando à raiz do problema? 
  • Sua estratégia para gestão de riscos de terceiros está à altura do desafio?

Sobre a pesquisa

A Pesquisa Global de Crimes Econômicos de 2024 da PwC é a mais recente de uma série de mais de 20 anos. Para esse estudo, realizado entre janeiro e março de 2024, a PwC entrevistou quase 2.500 empresas em 63 países. Dois terços dos respondentes eram executivos C-Level – incluindo 450 diretores de Auditoria, chief compliance officers e diretores jurídicos – e 40% atuavam em empresas com receitas superiores a US$ 1 bilhão. 

Foram conduzidas ainda mais de 45 entrevistas com executivos sêniores de grandes corporações sobre suas melhores práticas. Essa ampla investigação proporcionou um olhar único sobre como os conselhos de administração e as lideranças empresariais estão lidando com os riscos de crimes econômicos que as empresas enfrentam diariamente.

Baixe o relatório completo Pesquisa Global sobre Fraudes e Crimes Econômicos 2024

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Contatos

Marcos Panassol

Marcos Panassol

Sócio e líder de Risk Services – Forensics, PwC Brasil

Tel: +55 (11) 99673 2787

Leonardo  Lopes

Leonardo Lopes

Sócio de Risk Services – Forensics, PwC Brasil

Tel: +55 (11) 98690-9365

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