O controle de custos continua sendo uma prioridade para a área de procurement, mas agora enfrenta novos desafios com a crescente importância da digitalização e da sustentabilidade. De acordo com a pesquisa, dois temas se tornaram fundamentais para os profissionais do setor:
"A transformação digital é um fator-chave para o crescimento e desenvolvimento das organizações em geral e isso é evidente também em procurement. Essa megatendência promete melhorar a obsolescência das ferramentas dos sistemas de informação e reinventar os modelos de negócios. Para alcançar de fato a digitalização, as empresas precisam focar em alguns pontos: aumentar o número de implementações e concluir projetos de digitalização; melhorar o nível de automação, aprimorando soluções e processos; e promover a adoção pela força de trabalho, otimizando as soluções e as tornando mais funcionais."
Os departamentos de procurement continuam a pôr no topo da lista de prioridades o desempenho em compras, a transformação digital e a seleção estratégica de fornecedores. No entanto, uma mudança importante está ocorrendo. Questões de responsabilidade social corporativa avançam para as primeiras colocações e já aparecem empatadas em terceiro lugar.
Isso ressalta a importância cada vez maior da responsabilidade social e ambiental na estratégia corporativa e uma crescente conscientização da necessidade de adotar uma abordagem mais sustentável na seleção de fornecedores.
Como resultado, transparência e conformidade – dois aspectos essenciais da transformação empresarial sustentável – emergem como principais impulsionadores da digitalização nos departamentos de procurement.
No lado das soluções, uma tendência dominante está surgindo com a adoção generalizada de plataformas source-to-pay (S2P), que se tornaram a norma para 94% dos departamentos de procurement pesquisados. Isso demonstra um alto nível de digitalização em todo o mundo e a eficácia dessas ferramentas S2P.
Ao implementar soluções digitais, as empresas agora dão prioridade a critérios de negócios, como a definição de requisitos e processos. Essa escolha enfatiza uma abordagem baseada, em primeiro lugar, nas necessidades específicas de cada organização, em vez de focar em aspectos mais técnicos. Essa orientação reflete uma compreensão crescente da importância de os usuários adotarem as soluções digitais como um fator-chave de sucesso para maximizar a eficácia dessas soluções.
Os departamentos de procurement estabeleceram metas ambiciosas para 2027, visando alcançar uma média de 70% de digitalização. Embora a meta inicial de 2022 não tenha sido atingida devido às sucessivas crises que impactaram os investimentos, as empresas precisam aumentar seu nível de resiliência para chegar às metas estabelecidas.
Nessa busca pela digitalização, as pequenas e médias empresas se destacam e continuam a ampliar seus investimentos na transformação digital da função de procurement, com um aumento projetado de 6% entre 2024 e 2027.
Enquanto isso, as empresas grandes e muito grandes estão estabilizando seus aportes, mas continuam a demonstrar uma elevada capacidade de investir em iniciativas de transformação digital nessa área.
Os departamentos de procurement estão concentrando seus planos estratégicos em aspectos-chave, como gestão de dados, digitalização de processos source-to-contract (S2C), gestão de riscos, além de casos de uso inovadores relacionados a questões de responsabilidade social corporativa e gerenciamento do ciclo de vida do contrato.
Entre os desafios de responsabilidade social corporativa, a gestão de questões ambientais surge como a principal prioridade para os departamentos de procurement nos próximos três anos. Essa orientação é motivada pelos objetivos de redução de emissões de escopo 3, o que ressalta uma crescente conscientização sobre o impacto ambiental das atividades de compras.
Uma tendência importante é que uma em cada duas empresas planeja investir nos próximos três anos na evolução ou implantação de uma ferramenta de gestão de contratos. Os benefícios previstos dessa iniciativa incluem economia de tempo, redução de custos e conformidade com padrões regulatórios.