A maioria das empresas hoje considera estar na nuvem. Em nossa última Pesquisa sobre Negócios na Nuvem, 78% dos executivos entrevistados disseram que suas empresas adotaram a nuvem na maioria ou em todas as partes do negócio. Por que, então, para muitos o valor tangível é tão difícil de alcançar? Como em nossa pesquisa de 2021, mais da metade dos entrevistados não atingiu os resultados que buscava: cortar custos, melhorar a resiliência, gerar novas receitas, entre outras metas.
O grande problema? Migrar para a nuvem ou executar partes do negócio na nuvem não é o mesmo que ser impulsionado pela nuvem. O que isso realmente significa e o que é preciso fazer?
Cerca de 10% dos entrevistados aparentemente sabem a resposta: eles reinventaram seus negócios com base na nuvem, relatam ter menos barreiras para obter valor e estão conseguindo isso em uma taxa duas vezes maior que outras empresas. Mesmo no atual ambiente de negócios, eles esperam ver um crescimento contínuo da receita de 15% ou mais.
Qual é o segredo do sucesso dessas empresas? Nossa análise revelou quatro coisas importantes que elas fazem de maneira diferente, em comparação com as empresas que ainda não aproveitam totalmente a nuvem. Descubra também em que essas empresas devem se concentrar daqui para frente e como você pode se adiantar para se tornar também uma empresa baseada na nuvem.
As empresas baseadas na nuvem não adotam uma abordagem linear para a nuvem – partindo da migração da carga de trabalho para a modernização de ativos e o desenvolvimento nativo da nuvem. Em vez disso, elas adotam uma abordagem combinada e criam um caso de negócio mais robusto para seus objetivos. Uma vez que decidem, elas se comprometem. As empresas baseadas na nuvem são quase quatro vezes mais propensas do que outras empresas a sustentar seu foco estratégico atual.
Embora a maioria das empresas baseadas na nuvem tenha implementado transformações em toda a organização e migrado operações para a nuvem, elas também não hesitam em examinar quando esse movimento não faz sentido. Manter os dados ou aplicativos legados internamente ou migrar para um modelo de serviços gerenciados pode ser o caminho certo, quando se leva em consideração riscos, clientes, talentos e outros impactos. As empresas baseadas na nuvem são mais propensas a utilizar serviços gerenciados (74% ante 47% das outras empresas).
Os CIOs e as equipes de tecnologia em empresas baseadas na nuvem sabem que a transformação é um esforço de grupo. É mais provável que eles estejam sincronizados com as principais funções de negócios nos estágios iniciais de planejamento, orçamento e coleta de requisitos. Além disso, as empresas baseadas na nuvem priorizam sua parceria com o CHRO e as equipes de talentos e garantem seu envolvimento em todos os estágios dos projetos na nuvem. Isso não deve ser uma surpresa, considerando como é crítico adquirir ou desenvolver as habilidades certas para aproveitar ao máximo os investimentos em nuvem (enquanto se mantêm os sistemas legados em funcionamento). Na alta administração, os CIOs de empresas baseadas na nuvem têm alianças mais fortes a serviço de projetos de transformação do que os CIOs de outras empresas.
Executivos de empresas baseadas na nuvem entendem que os dados são parte central dos esforços de transformação. Eles precisam abordar uma questão muito comum: a existência de dados isolados – e crescentes –, que não são explorados e sobre os quais não há gestão. As empresas baseadas na nuvem são muito mais propensas a ter uma estratégia de dados estendida a toda a organização do que outras empresas (88% ante 59%). Isso significa que elas desenvolvem uma arquitetura simplificada para modernizar seus dados e incorporá-los a uma visão integrada, criar estruturas de governança e se concentrar na construção das habilidades e mudanças operacionais necessárias para se tornarem organizações orientadas por dados.
Essas empresas também utilizam provedores de soluções na nuvem (CSP, na sigla em inglês) para fazer isso e estão focadas na integração contínua. Elas são mais propensas a escolher provedores projetados especificamente para trabalhar com seu CSP principal nos seguintes serviços em nuvem:
As empresas baseadas na nuvem pensam nos riscos potenciais específicos que a nuvem representa em todos os estágios dos projetos de transformação. Em todas as oito dimensões que avaliamos, essas empresas estão mais avançadas do que outras, quando o assunto é adotar práticas de liderança. Por exemplo, é mais provável que elas tenham recursos dedicados à governança de nuvem, controles de nuvem formais e diferenciados, além de avaliações robustas de responsabilidade compartilhada com CSPs. Em seus esforços, essas empresas se concentram em uma série de questões, incluindo segurança cibernética, privacidade de dados e conformidade. Além dessas especificidades, pode ser útil comunicar e educar o restante da alta administração e do conselho sobre como riscos relevantes relacionados a tecnologia, dados, transações e adoção são identificados e tratados.
Entre 25 de outubro de 2022 e 18 de novembro de 2022, a PwC entrevistou 1.010 executivos de negócios nos Estados Unidos. Os entrevistados eram de empresas públicas e privadas em seis grandes setores: serviços financeiros (24%); produção industrial (20%); mercado consumidor (12%); saúde (12%); energia e serviços de utilidade pública (12%); e tecnologia, mídia e telecomunicações (20%).
As empresas baseadas na nuvem são as 95 empresas que se enquadram entre as 10% mais bem classificadas em nosso índice de sucesso na nuvem. O índice é calculado com base nas respostas à seguinte pergunta: “Qual das opções a seguir melhor descreve como a tecnologia de nuvem está ou não fornecendo valor mensurável em sua organização?” Para cada uma das 12 métricas (por exemplo, economia de custos, lucratividade aprimorada, resiliência aprimorada, tomada de decisão aprimorada etc.), o seguinte mecanismo de pontuação é usado: 100 pontos quando “já alcançaram valor mensurável”, 50 pontos quando os entrevistados “esperam alcançar valor mensurável nos próximos 12 meses” e 0 pontos quando “não esperam atingir valor mensurável nos próximos 12 meses”. Para garantir uma distribuição válida de pontuação, os entrevistados recebem uma pontuação de índice apenas quando tiverem uma resposta válida para todas as 12 partes da pergunta (as respostas “não sei” e “não se aplica” foram excluídas). A pontuação geral de sucesso foi calculada como uma média das pontuações dos componentes válidos. A variação de pontuação entre os 933 entrevistados foi de 12,5 a 100.
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