As empresas estão transferindo novas funções para centros de serviços compartilhados (CSCs), unidades que estão evoluindo para oferecer Global Business Services (GBS, serviços empresariais globais). Com eles, as empresas reduzem custos e se mantêm competitivas.
Até recentemente, os CSCs realizavam sobretudo atividades repetitivas, mas agora oferecem também serviços de valor agregado. Esse processo é acompanhado por uma digitalização intensiva, muitas vezes apoiada por uma abordagem ágil.
Com tecnologias digitais e novos métodos, os CSCs podem expandir atividades de GBS para as áreas de análise e planejamento financeiro (FP&A, na sigla em inglês), vendas, compras e RH. Os serviços financeiros continuam a ser os mais desenvolvidos.
A mudança tem impacto sobre o pessoal e a organização como um todo. O GBS passa a abarcar outras funções além da financeira e, com a automatização, os funcionários ficam liberados para se concentrar em tarefas que geram mais valor. A introdução de novas tecnologias, entretanto, leva tempo e requer investimentos financeiros iniciais cruciais para montar uma boa base tecnológica.
Quando iniciamos a pesquisa, a covid-19 assolava o mundo. Nossa intenção era saber se a pandemia estava afetando a estratégia de GBS dos centros de serviços compartilhados: 40% disseram que não e 18% disseram que estavam aumentando suas ambições em termos de digitalização.
A pesquisa mostrou que os GBS não são mais a exceção, mas a regra: os CSCs querem, no futuro, integrar mais processos e tarefas de diferentes áreas da empresa.
Apesar de as atividades contábeis ainda predominarem (97%), as taxas de crescimento em atividades de FP&A (mais 24%, um nível já bastante alto), vendas (mais 25%) e compras e processos de RH (ambos mais 15%) mostram que a jornada de serviços compartilhados nas empresas está tomando novo rumo.
Quais serviços o GBS fornece atualmente e quais você planeja ter no GBS no futuro?
(Várias respostas permitidas)
Fonte: Pesquisa Global Business Services 2021 da PwC
Em relação à estratégia de GBS para os próximos cinco anos, o foco é a digitalização (80%), seguida pela padronização (77%) e expansão do escopo de serviços (76%). Quase metade das empresas pesquisadas considerou o desenvolvimento de uma organização orientada por processos um objetivo estratégico.
Que opções descrevem melhor sua estratégia de GBS para os próximos cinco anos? (Várias respostas permitidas)
Fonte: Pesquisa Global Business Services 2021 da PwC
Os principais objetivos das iniciativas de digitalização do GBS são reduzir tempo (28%) e custos (27%). Para 19% dos entrevistados, o crescimento futuro é o alvo estratégico por trás da digitalização, enquanto 17% elegem a melhoria da qualidade como meta. Reduzir o tamanho da força de trabalho e alcançar um desempenho consistente (ambos 5%) não parecem ser objetivos importantes da transformação digital.
Quais são os seus principais objetivos para as iniciativas de digitalização? (Várias respostas permitidas)
Fonte: Pesquisa Global Business Services 2021 da PwC
Em relação a iniciativas de digitalização, os entrevistados acreditam que os maiores impactos virão da inteligência artificial (31%), do SAP S/4 HANA e da automação de processos robóticos (RPA, Robotic Process Automation). Por outro lado, as empresas não esperam que outras soluções ERP (6%) ou chatbots (3%) tenham impacto importante.
Que iniciativas de digitalização, na sua opinião, terão maior impacto no futuro? (Várias respostas permitidas)
Fonte: Pesquisa Global Business Services 2021 da PwC
Quando um CSC incorpora novas tecnologias, é preciso treinar os funcionários. Assim fazem 81% dos entrevistados. No entanto, o upskilling custa tempo e dinheiro. Frequentemente, como apontam 76% dos entrevistados, é necessário contratar pessoal externo com know-how especial. Isso requer habilidade para recrutar, pois a demanda por especialistas digitais é grande. De acordo com a pesquisa, o processo de contratação em nível gerencial leva mais de dois meses em 80% dos casos. Para aumentar suas chances, você deve se posicionar como um empregador atraente no mercado.
A pesquisa mostra que as equipes de GBS são, cada vez mais, responsáveis por gerenciar o processo por completo e não apenas funções parciais. Existe uma tendência de as organizações passarem a ser orientadas por processos: quase um terço já implementou a gestão de processos de ponta a ponta e 42% estão trabalhando internamente nessa transformação.
Terceirizar não é um tópico importante para os entrevistados: apenas um terço afirma que busca a terceirização como meta estratégica. Entre os que consideram essa opção, 41% têm como alvo a função financeira. O interesse em fazer o mesmo nas funções de TI, RH e impostos não é grande (menos de 10%, cada).
Os métodos ágeis já são aplicados nos CSCs globais, especialmente na área de operações. No gerenciamento do chão de fábrica, de projetos e de equipes de projeto, os métodos ágeis são quase a única forma de trabalho. Em geral, uma abordagem ágil faz sentido quando se trata de encontrar uma solução criativa e rápida. Mas se o objetivo for ganhar agilidade em processos de trabalho altamente especializados e atividades rotineiras, é importante avaliar a decisão, pois sua utilização pode gerar obstáculos em vez de benefícios.
O estudo Global Business Services – a chave para a agilidade é o sexto de uma série de publicações produzidas a cada dois anos pela PwC para analisar estratégias, estruturas, métodos de trabalho e tendências. A pesquisa foi realizada de novembro de 2020 a janeiro de 2021 e incluiu empresas de uma ampla variedade de indústrias e mais de 300 CSCs em todo o mundo.