A Pesquisa Global sobre Crises 2021 da PwC analisa a resposta da comunidade empresarial global a uma situação de disrupção social, econômica e geopolítica sem precedentes.
Desde alterar a estratégia corporativa até a rápida reformulação de seus recursos de produção, como as organizações reagiram à pandemia? Como as empresas estão incorporando o que aprenderam em uma estratégia de resiliência de longo prazo?
No total, 62% dos entrevistados no Brasil (73% no mundo) disseram que seus negócios foram afetados negativamente pela crise e 33% (20% no mundo) afirmaram que a crise teve um impacto positivo. Que aspectos comuns existem entre as empresas que estão emergindo mais fortes. E o que caracteriza as que estão lutando para sobreviver?
Explore as táticas, ferramentas e processos adotados pelas organizações e descubra o que funcionou, o que não funcionou e por quê.
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Representando 73 países e 29 setores, 2.814 líderes empresariais no mundo (135 no Brasil) forneceram, entre agosto de 2020 e janeiro deste ano, informações sobre o impacto da crise. Esta é a nossa segunda edição da Pesquisa Global sobre Crises, um abrangente repositório de dados e análises sobre crises corporativas.
O primeiro estudo, publicado em 2019, revelou que 95% dos entrevistados acreditavam em uma crise iminente nos próximos dois anos. Mas nossa lista de crises potenciais não incluía a pandemia, ameaça que havia sido colocada completamente de lado pelos líderes empresariais. Até o ano passado, a noção de um vírus mortal provocando perturbações em todo o mundo não aparecia em muitos radares, o que realça a própria natureza da crise.
33% dos líderes empresariais brasileiros disseram que a crise teve um impacto geral positivo em sua organização
Mas o desafio da gestão de crises não é prever ou medir todos os incidentes específicos que podem impactar seus negócios. A pandemia mostrou claramente a inevitabilidade e a imprevisibilidade da disrupção. As empresas que priorizam e investem no desenvolvimento de uma base de resiliência para lidar com qualquer tipo de crise estarão mais bem posicionadas para enfrentar o que vem a seguir.
Os líderes empresariais reconhecem que uma base de resiliência pode fazer a diferença entre vacilar ou evoluir durante uma crise ou em tempos tranquilos. À medida que o período pós-pandemia for tomando forma nos próximos meses, as organizações têm a chance de repensar as oportunidades para o futuro.
Algumas organizações estão em melhor situação agora do que antes da crise. Como elas fizeram isso?
Dada a turbulência econômica e política causada pela pandemia, talvez surpreenda descobrir que 33% dos entrevistados brasileiros da Pesquisa Global sobre Crises (20% no mundo) disseram que a crise teve um impacto positivo em sua organização. As razões são inúmeras, incluindo fatores setoriais e regionais específicos. Mas uma crise pode ser um catalisador poderoso para mudanças positivas.
O que essas organizações estão fazendo de diferente?
As organizações estão ampliando sua abordagem em relação a riscos e à crise e aplicando uma estratégia holística à resiliência organizacional por meio de:
No nível tático, as organizações que experimentaram impacto positivo compartilham vários pontos em comum. Elas tendem muito mais a dizer que deram atenção substancial à discussão sobre resiliência organizacional.
Atuar nessas discussões é o próximo passo. Não surpreende que a probabilidade de já ter agido em relação a lacunas ou inconsistências que a crise revelou é maior entre os entrevistados em melhor situação. No geral, dois em cada cinco líderes globais entrevistados ainda não fizeram uma avaliação completa das ações tomadas, mas 69% disseram que o farão para enfrentar crises futuras.
Outro benefício do autoexame? Confiança. As empresas que realizaram uma avaliação de suas ações são muito mais propensas a dizer que estão muito confiantes em sua capacidade de implementar as lições aprendidas. Por outro lado, apenas 12% dos líderes globais entrevistados que não realizaram uma avaliação tinham isso assegurado.
Cada crise apresenta seus próprios desafios, especialmente uma disrupção que ocorre uma vez a cada geração. Mas com uma autoavaliação perspicaz e vontade de mudar, uma organização pode desenvolver resiliência para enfrentar qualquer tipo de crise e emergir mais forte.
Em março de 2020, a PwC perguntou aos líderes empresariais globais se eles acreditavam que a pandemia de Covid-19 teria um impacto significativo ou crítico em suas organizações. O efeito não foi tão severo quanto o previsto, mas as consequências da pandemia são históricas e suas ameaças ainda são muito reais. Descubra o que os líderes empresariais disseram naquela época e o que dizem agora.
O foco no bem-estar foi a principal resposta a essa pergunta da pesquisa. Desde a transição para o trabalho remoto e implementação de protocolos de segurança até a assistência aos trabalhadores com dificuldades pessoais, as organizações põem o foco no apoio à saúde e à segurança.
Algumas indústrias foram duramente atingidas, outras conseguiram inovar e prosperar. Alguns países, cidades e povoados sofreram exponencialmente mais turbulências do que outros.
Surpreendentemente, porém, os líderes empresariais em todos os setores e territórios disseram que a mudança mais importante que fizeram foi proteger suas equipes: no Brasil, 88% disseram que a resposta à crise levou em conta as necessidades físicas e emocionais dos empregados, enquanto no mundo o percentual foi de 80% (32% fortemente).
Em Cingapura, por exemplo, uma empresa de tecnologia sofreu fortes perdas financeiras, mas manteve 100% dos empregados. “A empresa investiu muito em nossa força de trabalho”, disse o vice-presidente sênior, “e eles continuam a ser parte integrante da recuperação daqui para frente”.
Organizações em todo o mundo refletem esse sentimento. Na Austrália, uma empresa de produtos industriais lançou um programa de saúde mental. Na Alemanha, a garantia dada por uma empresa automotiva a seus empregados de que não seriam cortados, aliada a um apoio organizacional mais forte, estreitaram os laços entre a gerência e os funcionários.
“Fizemos arranjos de logística, alimentação e hospedagem e pagamos 100% dos salários durante o lockdown para as pessoas que não puderam comparecer ao trabalho. Também pagamos incentivos. Isso manteve alto o moral dos funcionários”.
Promover a saúde do pessoal é um bom negócio. Como disse um executivo de uma empresa de Transporte e Logística dos Estados Unidos: “Assim que os funcionários perceberam que estavam seguros e acolhidos, a produtividade aumentou”.
Mas com o mundo inteiro experimentando o trauma coletivo de doenças e luto, lockdowns e quarentena, as empresas precisaram se adaptar rapidamente para manter os negócios em movimento. Para algumas organizações, isso significava manter seu pessoal seguro em casa, o que, por vezes, era uma forma totalmente desconhecida de trabalhar.
Uma nova resiliência pessoal emergiu à medida que as pessoas lidavam com desafios sem precedentes: trabalho e escola remotos, isolamento de amigos e parentes e os ajustes intermináveis, pequenos e monumentais, causados pela pandemia. Essa capacidade de adaptação, de gerenciar mudanças fundamentais na maneira como vivemos e trabalhamos, está no cerne da resiliência individual e organizacional.
Em uma empresa canadense de Serviços Financeiros, os líderes empresariais viram valor em reconhecer a necessidade dos empregados de ter “liberdade e flexibilidade para realizar seus trabalhos, enquanto brigavam para se equilibrar diante das mudanças na vida familiar”. Um líder de uma instituição bancária no Reino Unido disse que “cuidar dos empregados e assegurar o bem-estar e o moral é a maior prioridade”.
Ainda não se sabe totalmente como sairemos da pandemia. Mas a prática de se concentrar no bem-estar dos empregados assumida pelas organizações deve continuar quando a vida e os negócios voltarem ao normal.
A crise teve efeitos setoriais variados em todo o mundo. Embora poucos saiam ilesos, turismo, lazer e o ensino superior relatam a maior porcentagem de impactos negativos.
A Pesquisa Global sobre Crises 2021 da PwC reforça o que aprendemos ao longo de décadas apoiando clientes em todos os setores e em todos os tipos de crises. Com a resiliência organizacional embutida em seu DNA, você pode sair de uma crise mais forte, preparado para aproveitar novas possibilidades e pronto para enfrentar o futuro.
Esta pesquisa foi realizada pela PwC Research, nosso centro global de excelência para pesquisa primária e serviços de consultoria baseados em evidências.
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