Em nossa experiência com operações de fusões e aquisições, constatamos que alvos de aquisição não submetidos a uma avaliação de controles internos pelas empresas adquirentes geraram impactos negativos no retorno sobre o investimento.
Por meio de uma abordagem mais proativa em relação ao gerenciamento de riscos, porém, é possível identificar e mitigar problemas futuros mais cedo, para que a transação se realize da melhor maneira.
Nesse relatório descrevemos os principais pontos a serem considerados pelas funções de gestão de riscos, controles internos e auditoria interna em um processo de integração.
Para desenvolver um plano de integração, incluindo uma estratégia de comunicação e a visão do modelo operacional, as funções de gestão de riscos, controles internos e auditoria interna devem abordar as seguintes áreas:
É crucial que as funções de gestão de riscos, controles internos e auditoria interna forneçam orientação e insights às equipes de integração para ajudar a garantir que controles eficazes estejam incorporados no processo de M&A em todas as suas três fases:
Reavaliar o escopo e a materialidade.
Para garantir a qualidade do ambiente de controles internos, diversos fatores e considerações afetarão o nível de esforço e complexidade. Eles estão relacionados a quatro áreas:
Muitas adquirentes consideram os aspectos de governança corporativa – tais como gestão de riscos e controles internos – um impedimento para que a integração seja feita com rapidez, principalmente no caso das transações que fecham no fim do ano fiscal. No entanto, a falta de priorização e foco no ambiente de controles pode ter um impacto adverso no valor atribuído pelos stakeholders, caso sejam identificados problemas de conformidade ou deficiências materiais.
Do ponto de vista de riscos e controles, uma estratégia focada na integração total levaria, em tese, a processos mais simplificados e a um conjunto centralizado de controles, mas os riscos seriam naturalmente maiores na perspectiva de gestão de pessoas e de mudança. Muitas vezes, as empresas não dispõem de recursos sólidos de gestão de mudança na integração para garantir que os controles sejam acionados à medida que as mudanças nos negócios se realizem. Também é importante observar que a estratégia de integração das adquirentes desempenha um papel fundamental não apenas na determinação do nível de esforço e da complexidade dos controles internos, mas também em termos de seu impacto geral no custo da conformidade com as diretrizes de governança corporativa.
A diligência inicial do negócio deve ajudar a avaliar se a empresa adquirida tem um forte sistema de controles internos em vigor. É comum que empresas de maior porte, ou de capital fechado, tenham um ambiente de controle pouco documentado e formalizado para atender aos requisitos mínimos do mercado de capitais. Isso pode aumentar bastante o grau de esforço para implementar níveis mínimos de governança corporativa, dependendo da estratégia de integração esperada da adquirente.
As aquisições têm diferentes formatos e portes. O tamanho da adquirida pode influenciar o plano de integração do ambiente de controles internos, que normalmente é determinado com base em referências financeiras, como receita, lucro líquido e Ebitda. Outros fatores também devem ser considerados, como a semelhança do novo negócio com o negócio da adquirente, riscos e requisitos de conformidade específicos do país e outros fatos e circunstâncias adicionais que possam afetar a avaliação geral de risco para a empresa combinada.