Os últimos três anos foram marcados por avanços significativos dos temas ESG. Esse movimento impulsionou os diversos stakeholders a buscar mais transparência e padronização nas informações não financeiras divulgadas pelas empresas. Medir e comunicar planos e avanços passou a ser tão importante para as organizações quanto gerar resultados econômicos.
A pauta ESG está cada vez mais próxima do executivo de finanças (CFO), o que leva à reflexão sobre qual é a percepção dele em relação aos temas de sustentabilidade nas organizações, assim como seu próprio papel no desenvolvimento dessa agenda e na consequente geração de valor.
Para avaliar a percepção dos executivos de finanças sobre a importância dos temas ESG nas organizações e o seu papel para o desenvolvimento dessa agenda, a PwC Brasil e o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP) realizaram um estudo, entre maio e junho de 2022, com CFOs de empresas brasileiras de diferentes portes e setores, que representam 80 organizações.
“O objetivo desta pesquisa é trazer, de forma inédita, a percepção do CFO sobre o seu papel para o desenvolvimento da agenda ESG e outras questões relacionadas ao tema que afetam o dia a dia das organizações.”
A padronização das informações a serem medidas e divulgadas, com recorrência e consistência, e a necessária validação independente são ações fundamentais para dar vida à narrativa das empresas que publicam sua intenção de aderir à pauta ESG.
É fundamental também manter o foco nos temas que são relevantes e estratégicos e que correspondem à crescente demanda dos stakeholders por informações assertivas sobre atuação e desempenho das organizações. Esse conjunto de ações é que, de fato, vai confirmar a real integração das práticas ESG ao propósito e à estratégia da empresa.
Os desafios e oportunidades para o executivo de finanças incluem os seguintes temas:
Reportar e gerenciar metas financeiras e não financeiras relacionadas aos aspectos ambientais, sociais e de governança são tarefas cada vez mais relevantes e urgentes. Ratings, índices, ERM e normas IFRS relacionadas à responsabilidade social corporativa devem estar na pauta do CFO, e o momento atual é propício para aprender e fazer parte da mudança.
O executivo de finanças deverá estar atento a como essas questões impactam os negócios, no curto e médio prazos, e a como incorporá-las na estratégia e na declaração de propósito da organização. O futuro depende de uma postura ativa sobre o tema ESG e exige do CFO um papel preponderante nesse novo ambiente, como um ente essencial no acompanhamento e na adoção de práticas sustentáveis.
É necessário levar a discussão a todos os stakeholders internos e externos à organização com informação coerente e de qualidade, sempre que possível lastreada e combinada com as demonstrações financeiras. Além disso, faz parte do papel do executivo de finanças tangibilizar as oportunidades (de investimento, incentivo fiscal etc.) relacionadas a ESG dentro da empresa.
“Como nos negócios em geral, a visão estratégica e mais pragmática do CFO, combinada à sua capacidade de avaliação de riscos e oportunidades financeiras, deve também ser incorporada à temática ESG. O sucesso nessa área definirá o futuro da companhia. É importante que esse tema seja tratado de forma coerente, sem exageros, e que realmente traga benefícios para todos os envolvidos.”