A implementação de mudanças tributárias globais abrangentes, como o projeto de tributos digitais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estarão no centro das atenções em 2022.
Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden, que assumiu o cargo em 2021 com a promessa de mudar os rumos do governo anterior em várias áreas, enfrenta perspectivas incertas para a política tributária do país após o início dos trabalhos do 117º Congresso dos EUA. Isso se deve em grande parte ao fato de que uma estreita maioria democrata na Câmara e um Senado igualmente dividido limitaram a capacidade do presidente e dos líderes democratas no Congresso de fazerem avançar muitas das propostas tributárias para empresas, pessoas físicas e de caráter internacional que o presidente anunciou no início de 2021.
Com a possibilidade de os democratas do Senado terem a palavra final na definição das disposições fiscais do projeto de lei Build Back Better, o que as empresas devem fazer agora?
As preocupações com as perspectivas de crescimento econômico global e dos EUA permaneceram altas, pois os países tentaram lidar com o efeito da pandemia, disrupções na cadeia de suprimentos e outras razões políticas e sociais de disrupção. Há expectativa de que esses desacordos e inquietações sobre o rumo da política econômica dos EUA influenciem tanto a atividade legislativa no atual Congresso quanto o resultado das eleições de meio de mandato de 2022.
A maior prioridade da política tributária em 2022 para o presidente Biden e para a maioria dos democratas no Congresso é o esforço contínuo para aprovar uma versão da legislação Build Back Better, aprovada pela Câmara. A necessidade de garantir o apoio de todos os 50 senadores democratas – e o apoio em particular dos senadores Joe Manchin e Kyrsten Sinema – continua sendo o principal obstáculo à aprovação de mudanças significativas nos impostos para empresas, pessoas físicas e internacionais este ano. A perspectiva de perder o controle democrata de uma ou de ambas as câmaras significa que o presidente Biden e os democratas do Congresso enfrentam pressão adicional para atuar em relação a seu programa no atual Congresso.
Embora a formulação de políticas em Washington continue preocupando os executivos, mudanças tributárias globais abrangentes terão maior foco em 2022. Na esteira do histórico acordo político firmado no ano passado sobre o projeto de tributos digitais da OCDE, os países têm pela frente a tarefa de finalizar e implementar as regras recém-acordadas, que estão programadas para entrar em vigor a partir de 2023.
A incerteza que marcou o comércio global e os sistemas geopolíticos nos últimos anos continua. Eventos globais como a covid-19 também expuseram os desafios a serem superados nas cadeias de suprimentos e catalisaram o processo de adaptação das empresas a mudanças drásticas na oferta e na demanda. Cadeias de suprimentos estendidas – motivadas por escassez de insumos intermediários, armazenamento e mão de obra – se associam a uma demanda histórica por bens para provocar escassez em todo o mundo.
Os estados americanos registraram uma melhoria expressiva em suas perspectivas fiscais durante as sessões legislativas de 2021, decretando os maiores aumentos de gastos desde o ano fiscal de 2007. Ao fecharem as contas do ano fiscal de 2021, 46 estados relataram saldos de fim de ano pelo menos 10% acima de suas despesas totais.
As empresas enfrentam vários obstáculos em 2022: a inflação atingiu um nível recorde em 40 anos, nunca foi tão difícil recrutar os talentos adequados e as complicações da cadeia de suprimentos continuam causando disrupções. No entanto, os líderes empresariais seguem buscando o crescimento mesmo contra esses ventos contrários. Para isso, eles priorizam investimentos na contratação e retenção de talentos e em iniciativas de transformação digital.
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