ESG no Agronegócio: o olhar das startups para um futuro mais sustentável

Conheça startups do PwC Agtech Innovation detentoras de soluções facilitadoras de práticas sustentáveis

*Por Barbara Lemes

As emergências climáticas que estamos acompanhando nos últimos anos impactam diretamente o nosso dia a dia, desde a produção de alimentos até a qualidade do ar que respiramos. As secas, enchentes e tempestades cada vez mais frequentes não só afetam a agricultura, mas também comprometem a infraestrutura urbana e a saúde pública. Nesse contexto, as práticas ESG (sigla para social, ambiental e governança) são fundamentais para a mitigação dos impactos ambientais e para a promoção de um desenvolvimento sustentável e responsável.

A sigla ESG já é há algum tempo destacada no mundo corporativo, promovendo mudanças na forma como as empresas operam e se relacionam com o meio ambiente e a sociedade. Desde grandes corporações até startups, a adoção dessas práticas não é apenas uma tendência, mas uma necessidade. Afinal, qualquer interferência no meio, por menor que seja, podem gerar impactos significativos.

Na 28ª pesquisa global CEO Survey, realizada pela PwC, quase 70% dos líderes ao redor do mundo (ante 66% no Brasil), concordaram que devem realizar investimentos para abordar questões de sustentabilidade/ESG, mesmo que isso reduza a lucratividade a curto prazo. Em relação ao recorte da pesquisa que destaca a indústria do Agronegócio no Brasil, 56% dos líderes do setor apontam as mudanças climáticas como a principal ameaça para o setor, em nível significativamente maior do que a média geral dos CEOs nacionais (21%) e globais (14%).

Nesse cenário, produtores rurais adotam tecnologias e estratégias de manejo que minimizam o impacto ambiental, empresas e startups do setor também estão incorporando mecanismos para oferecer serviços que protejam o planeta, por meio de iniciativas ESG.  

De dentro do hub

No PwC Agtech Innovation, startups já implementam iniciativas voltadas ao ESG, tanto internamente quanto oferecendo serviços operacionais aos clientes. Os benefícios dessas ações vão além do fortalecimento da marca, trazendo também longevidade, prosperidade e bem-estar.

Conheça algumas startups do hub comprometidas com ações ESG:

  • Agrotoken 

A Agrotoken, startup argentina, nasceu com o objetivo de transformar commodities agrícolas em ativos financeiros, permitindo que o produtor rural use os tokens como forma de pagamento ou para acessar financiamento. Com foco em práticas ESG, a startup desenvolveu uma plataforma integrada que facilita o registro, validação e gestão de ações sustentáveis, simplificando a organização de dados e a transferência de certificados dos produtos.

Voltado para o mercado B2B, o modelo de negócios da Agrotoken é focado em soluções personalizadas para rastreabilidade e sustentabilidade, adaptadas às necessidades específicas de cada cliente. Camila Rizzi, head de Marketing da Agrotoken, explica que a demanda pelo desenvolvimento do produto surgiu da necessidade crescente de soluções que garantam conformidade com regulamentações ambientais e práticas sustentáveis.

“Com a tendência crescente de empresas buscando se alinhar a regulamentações e adotar práticas mais transparentes e responsáveis, nossa expectativa é que, nos próximos anos, essa proporção aumente significativamente”, compartilha Rizzi.

  • Aurica

A Aurica, startup que atua em todas as etapas da gestão de riscos socioambientais de empresas e partes interessadas, como clientes e fornecedores. Sua solução garante a inserção de dados com validação de documentos, além da visualização de resultados por desktop e mobile, em dashboards e relatórios automáticos específicos por atividade, visando otimizar processos, reduzir passivos e garantir adequações às regulações nacionais e internacionais.

Entre as perspectivas futuras, a Aurica pretende expandir e se consolidar como uma solução essencial para promover a gestão eficiente de dados ESG no agronegócio. Para alcançar esse objetivo, a startup planeja utilizar ferramentas que combinem simplicidade e adaptação, atendendo às necessidades dos clientes.

Para alcançar os resultados, o sócio-fundador da Aurica, Pedro Carvalho, explica que todas as ações que já estão sendo planejadas visam os impactos da cadeia do agro futuramente. “Buscamos ampliar parcerias estratégicas, fortalecer nossa tecnologia com análises preditivas e inteligência de mercado e expandir nosso alcance, contribuindo para uma cadeia agro cada vez mais sustentável e competitiva”, pontua.

  • BioUs Biotech

A BioUs, tem como objetivo resolver a destinação inadequada de resíduos do agronegócio, da indústria ao campo.  Para isso, desenvolveu um modelo para transformar resíduos orgânicos em bioinoculantes e biopolímeros, 100% biodegradáveis, atóxicos e biocompatíveis. 

Para os próximos anos, a startup planeja expandir a presença no mercado com a instalação de novas biofábricas para a safra 2025/26. Segundo o CEO da startup, Raimundo Lima, o portfólio de operações incluirá também novos produtos, como biosferas biodegradáveis enriquecidas com bactérias benéficas para o solo e os cultivos, em conjunto com parcerias globais estratégicas que impulsionarão a expansão e impacto da empresa, levando a sustentabilidade como ponto de partida para todas as demandas.

“Nossa abordagem coloca a sustentabilidade no centro das operações, promovendo soluções práticas e escaláveis que beneficiam a sociedade, o meio ambiente e a economia”, conta Lima.

  • Oby Ambiental

A Oby Ambiental atua na transformação de resíduos sólidos urbanos e biomassas em recursos de alto valor agregado, utilizando tecnologia avançada de pirólise e gaseificação. Com essa abordagem, a startup não apenas resolve um problema ambiental crítico, mas também desenvolve um novo mercado, onde os resíduos deixam de ser um custo e se tornam uma fonte de energética e receita.  

A startup adota um modelo de servitização, no qual oferece tecnologia, operação e suporte contínuo como um serviço. “Isso significa que clientes podem acessar benefícios da tecnologia sem precisar de grandes investimentos iniciais. Acreditamos que o futuro da sustentabilidade precisa ser inclusivo. Assim, podemos fazer a diferença na transformação ambiental e social ao redor do mundo”, conta Carlos Henrique Banov, sócio-diretor da startup.

Com o olhar para o futuro, a Oby Ambiental planeja o crescimento exponencial de seu negócio, enxergando um mercado promissor impulsionado por demandas regulatórias, novas tecnologias e a necessidade de soluções sustentáveis.

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Contatos

Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agribusiness, PwC Brasil

Tel: 4004 8000

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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