Case Cerradinho Bioenergia: Eficiência operacional em foco

O relatório da pesquisa "Termômetro da Inovação Aberta no Agro" apresenta cases de negócios que nasceram no PwC Agtech Innovation 

Planta de Maracaju (MS) da Cerradinho Bio (Foto: Divulgação)

Com mais de cinco décadas de história, a Cerradinho Bioenergia é uma empresa de capital aberto, 100% nacional, que atua no setor de biocombustíveis e bioeletricidade, utilizando cana e milho como matérias-primas para a produção de etanol. Em Chapadão do Céu (GO), a empresa tem um complexo industrial com capacidade para moer 10,5 milhões de toneladas de cana equivalente por ano-safra.

Seu plano de expansão inclui a produção de etanol e coprodutos derivados do milho, por meio da subsidiária Neomille. O projeto envolve uma fábrica no mesmo complexo e a mais nova unidade, em Maracaju (MS), que totalizam uma capacidade de produção de 13,6 milhões de toneladas de cana equivalente. Mais recentemente, a empresa iniciou operações em sua primeira fábrica de açúcar, também em Goiás. A Cerradinho Bioenergia gera 3.800 empregos, entre diretos e indiretos. 

Com um plano robusto de crescimento, aumento de eficiência e diversificação do negócio, a CerradinhoBio duplicou sua capacidade de produção e triplicou sua receita nos últimos seis anos. “A capacidade de produzir mais utilizando menos recursos faz parte do nosso DNA, pois somos uma empresa que opera um negócio de base sustentável e contribui de forma relevante para a transição energética do Brasil e do mundo”, diz Gustavo de Marchi Galvão Oliveira, Diretor Executivo Financeiro.

A eficiência operacional se destaca, portanto, como um dos pilares da estratégia de inovação da companhia, com foco não só em ganhos financeiros, mas também na garantia da qualidade da produção. 

A área de Inovação e Transformação Digital

Com o intuito de fomentar a inovação, a empresa criou, em 2022, uma área de Inovação e Transformação Digital integrada à diretoria Administrativa e Financeira. A iniciativa busca centralizar a geração de ideias e o acompanhamento dos projetos. 

Essa compreensão sobre a inovação aberta e o envolvimento da equipe financeira ajudaram a prevenir redundâncias que poderiam gerar despesas desnecessárias, algo fundamental para o início dos primeiros trabalhos. Desde então, a área financeira desempenha um papel crucial em ajudar as unidades de negócio a avaliar os projetos com maior potencial de retorno sobre o investimento. 

Cooperando com o ecossistema 

As iniciativas de inovação permeiam diferentes áreas da companhia – especialmente aquelas envolvidas na otimização de processos. De Marchi destaca a necessidade de delegar responsabilidades para fazer a inovação acontecer: “É essencial que as áreas se comuniquem com o time de inovação e transformação digital, tragam as demandas e possam conduzir os projetos com todo o apoio e ferramental necessários para atender às necessidades do dia a dia, além de contribuir para o alcance das metas e objetivos traçados”.

Os primeiros projetos de inovação na CerradinhoBio surgiram do levantamento de necessidades identificadas por diretores e gerentes da empresa. Nos últimos dois anos, eles mantiveram relacionamento com 13 startups, contando com a consultoria do PwC Agtech Innovation para promover conexões estratégicas, alinhadas aos desafios específicos que precisavam ser solucionados.

Entre os projetos em curso com a comunidade de startups do hub, está a cooperação com a LedCorp, que oferece soluções para a indústria 4.0. A empresa contribuiu com a concepção do almoxarifado da recém-inaugurada fábrica de Maracaju (MS). No projeto piloto, a retirada de itens 100% manual foi desenhada para ser praticamente autônoma. 

A mudança no processo se deu ainda na etapa de requisição dos materiais, que não demanda mais assinatura de documentos físicos. O encaminhamento acontece de forma digital e, uma vez aprovado, o acesso do colaborador ao almoxarifado é liberado por um leitor biométrico. 

Nos bastidores, os produtos – todos tagueados pelo time da CerradinhoBio – são identificados automaticamente no estoque por leitores RFID, que também processam o despacho dos itens. Em seguida, cada item atravessa um portal que registra a baixa no estoque do sistema. “Continuamos dispondo de responsáveis pelo estoque, mas as retiradas de produtos são realizadas de forma autônoma”, explica De Marchi. Com a finalização do projeto-piloto, a solução pode ser escalada dentro da empresa. 

Na gestão de matérias-primas, o “Desafio Biomassa Perfeita”, realizado em conjunto com o PwC Agtech Innovation, resultou na seleção da empresa Control – que faz a medição das características físico-químicas de insumos empregados na geração de energia.  

“Estávamos em busca de abordagens inovadoras para monitorar a qualidade do cavaco de eucalipto e do bagaço de cana-de-açúcar que variam dentro da indústria, principalmente em função do armazenamento”, diz De Marchi. Monitorando de perto esses insumos, é possível acompanhar o desempenho da caldeira e tomar decisões para melhorar sua eficiência.  

A solução da Control abrange múltiplos sensores e dispositivos de medição que avaliam a qualidade da biomassa com base em parâmetros como umidade, teor de cinzas, poder calorífico, carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre, cloro e peso da biomassa. 

Na fase de estudo de viabilidade do projeto, a CerradinhoBio fez benchmarking com outras empresas, e coletou informações de clientes da Control, que alcançaram até 4% de melhoria na eficiência de desempenho de suas caldeiras em alguns projetos, o que foi decisivo para seguir adiante. A meta estabelecida pela empresa era de pelo menos 1% de melhoria. Os testes práticos estão em curso, com resultados considerados promissores.

Para De Marchi, a tendência é que os projetos na CerradinhoBio – que começaram com foco total em eficiência operacional – possam se diversificar para atender também à estratégia de mais longo prazo da usina. 

“A ambidestria organizacional é uma necessidade hoje, pensando em melhorias para o presente e o futuro. Por isso, vamos continuar investindo no ganho de eficiência operacional, enquanto também agregamos à nossa esteira de inovação projetos estreitamente relacionados com o planejamento estratégico. Nosso compromisso é também com a disseminação da cultura de inovação entre os colaboradores e com o engajamento deles nas iniciativas, o que vamos fortalecer cada vez mais”.

Termômetro da inovação aberta no agro

Desde a fundação do PwC Agtech Innovation, em 2017, o hub foi palco do nascimento e desenvolvimento de uma série de iniciativas inovadoras. No report completo, o leitor é apresentado a cinco cases envolvendo players da comunidade e do ecossistema como um todo.

  • Cerradinho Bioenergia: Eficiência operacional em foco 

Termômetro da inovação aberta no agro

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Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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