Fevereiro 13, 2023
Time Agroadvance (da esq. para direita): Marcos Gomes (Diretor de Clientes); Felipe Bergamasso (CFO); Pedro Bernardes (COO); Fernando Reis (CEO); Marina Gentil e Eduardo Zavaschi (sócios)
Por Marina Salles, com apoio à transcrição de Karen Baldin
Depois do aporte (de valor não revelado) recebido da SP Ventures em rodada acompanhada pela Baraúna Investimentos e o investidor pessoa física Fernando Reis, atual CEO da Agroadvance, a edtech especializada no agronegócio deu um salto de crescimento e já prepara novidades — com a meta de vir a faturar R$ 50 milhões nos próximos anos.
Em 2023, a Agroadvance pretende entrar no ramo dos cursos regulamentados e incluir dois novos produtos no portfólio. Um MBA, com duração de 12 meses, e uma pós graduação técnica, viabilizada por meio da parceria com um grande grupo educacional (cujo nome ainda será anunciado). As duas frentes dão uma boa mostra do caminho que a startup escolheu traçar: de formação técnica e de negócios no agro.
Desde o aporte, em agosto de 2022, a startup vem potencializando seu crescimento, que chegou a 6x ante 2021, segundo Pedro Miguel Bernardes Silva, Diretor de Operações e sócio da Agroadvance, ao lado de Marcos Gomes, Eduardo Zavaschi, Fernando Reis e Marina Gentil. Para este ano de 2023, a expectativa dos sócios é de, no mínimo, dobrar de tamanho e encaminhar a próxima rodada de investimentos da Agroadvance, um Series A.
Entre as conquistas do ano que passou, Bernardes destaca a escalada do time, que saiu de 5 pessoas para 70, e o lançamento de uma plataforma de assinatura, que dá acesso a diferentes trilhas de conteúdo. Com isso, o tíquete médio anual por cliente aumentou oito vezes, na comparação com a venda de cursos avulsos, que acontecia anteriormente.
O ano de 2022 na Agroadvance também veio acompanhado do fechamento das primeiras parcerias com universidades corporativas, entre elas os motores de formação de profissionais da Pioneer, De Sangosse e Stoller. Ainda assim, o foco da edtech permanece no B2C, que responde por 80% do seu faturamento atual, versus 20% do B2B.
Entre os alunos, 30% da base é de produtores rurais, 30% de representantes técnicos de vendas de insumos agropecuários, outros 30% de novos entrantes no agro, 5% de estudantes do setor e os 5% restantes têm perfis variados. A Agroadvance foi fundada em 2019 e, de lá para cá, Bernardes calcula que 4 mil alunos finalizaram formações com a startup. A empresa tem 120 professores na sua base, remunerados pelas aulas ministradas.
“O produtor rural vê muito valor nos nossos cursos porque eles dão acesso a especialistas, que talvez não fosse tão simples levar na fazenda para prestar consultoria. Um produtor de soja, por exemplo, me disse que espera aumentar a produção em 5 sacas por hectare por conta de uma aula que viu no nosso curso”, diz Bernardes.
Na frente de negócios, a Agroadvance firmou no ano passado parceria com o Insper para lançamento de um curso de gestão e liderança no agro. Também se juntou à Exame para oferecer uma formação em Digital Agribusiness, convidativa aos outsiders que veem potencial no setor.
Em relação a formatos, a Agroadvance aposta em múltiplos ambientes de promoção do aprendizado contínuo ao longo da vida. Hoje, trabalha com aulas virtuais (mais de 95% dos casos), presenciais, podcasts, animações e aprendizagem ativa por meio da resolução de problemas em uma fazenda fictícia. “Acreditamos no conteúdo de qualidade e na diversificação de formatos, com cursos bem amarrados e que fazem sentido no ambiente produtivo. Oferecemos ao aluno uma sequência lógica, para ir construindo o aprendizado ao longo de uma jornada”, diz Bernardes.