Com fundo de US$ 50 milhões, The Yield Lab Latam quer ampliar horizontes em 2023

Gestora de capital de risco começa o ano presente no México e Colômbia, além de Brasil, Argentina, Chile e Peru, e está pronta para investir em novas ag&foodtechs

Fevereiro 7, 2023

Por Marina Salles

A gestora de fundos de investimento de risco The Yield Lab Latam (YLL) começa o ano de 2023 com os dois pés em território brasileiro, argentino, chileno, peruano e também mexicano e colombiano. A presença física nesses cinco países da América Latina é estratégica para ampliar parcerias e captar novos recursos para seu terceiro fundo, que soma US$ 50 milhões, e será destinado a investir em ag&food techs em estágio inicial, principalmente nas fases seed e série A. E os investimentos já começaram. Até o momento, a YLL aportou recursos deste fundo nas brasileiras Seedz e Agroforte (em caráter de follow-on) e na colombiana Sioma.

No Brasil, um dos parceiros estratégicos na captação de recursos e oportunidades é o AgTech Garage, hub de inovação de referência na América Latina na cadeia do agronegócio. Desde 2021, a YLL e o AgTech Garage mantêm o Collaborative Fund, que responderá pela injeção de US$ 5 milhões dos US$ 50 milhões do novo fundo para investir em startups Latam. Na parceria, o AgTech Garage atua de forma estratégica, atraindo startups, investidores corporativos e grandes produtores rurais para o veículo de investimento gerido pela YLL. 

Por meio do fundo regional, a expectativa é montar um portfólio com 25 a 30 startups Latam até julho de 2026. Entre os critérios para selecionar as investidas, estão a multidisciplinaridade dos times e o potencial de ganho de escala das soluções.

O fundo é aberto a rodadas de co-investimento com outros venture capitals, inclusive corporativos, os chamados corporate venture capitals (CVCs). Assim como no Brasil, a YLL faz captações locais nos outros países em que está presente, para fortalecer sua estratégia regional.

Escritórios no México e Colômbia

No caminho da sua consolidação na América Latina, a YLL prevê para março a inauguração de suas operações no México, lideradas por Emilie Abrams, que já coordena a The Yield Lab Europe e vai contribuir com uma visão global para a unidade Latam da gestora.

Emilie tem passagens pela Endeavor e pela consultoria de estratégia Dalberg. Também é fundadora da Agtech Mx, uma rede de empreendedores e formuladores de políticas promotoras da adoção de tecnologia na agricultura mexicana.

A chegada de Emilie marca uma fase importante da The Yield Lab Latam na  relação direta com produtores rurais e empresas da cadeia de alimentos. Durante a carreira, Emilie conduziu projetos como a análise de viabilidade de um mecanismo de financiamento para fomentar a agricultura regenerativa atendendo à The Nature Conservancy. Também apoiou a Fundação Bill e Melinda Gates na criação de uma estratégia atualizada de serviços financeiros digitais voltada à inclusão no continente africano.

Além da expansão no México, a YLL quer avançar na Colômbia, onde começou a reconhecer o território com um investimento na startup Sioma, que conta com uma balança inteligente para pesagem de frutas de exportação. Com o lançamento de uma operação também neste país, a gestora espera ampliar ainda mais seus resultados a nível global. Hoje, a YLL atua na América Latina, América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico.

Conexão Latam – Europa – EUA

Em novembro de 2022, um grande evento em Buenos Aires reuniu parte do time da YLL para discutir resultados e a estratégia de 2023. O encontro, de uma semana, recebeu investidores argentinos, além da equipe da The Yield Lab Europe. O objetivo para este novo ano é que as duas regiões – América Latina e Europa – atuem com ainda mais força em conjunto, consolidando a empresa no ecossistema de inovação mundial.

Já nos EUA, um grupo formado por 12 especialistas em venture capital do Brasil e de outros países da América Latina visitou, em outubro de 2022, empresas, agtechs, universidades e outros agentes do ecossistema mundial de inovação. O objetivo foi proporcionar visibilidade estratégica e networking em escala global aos parceiros da gestora, no sentido de firmar relações entre o Meio-Oeste dos EUA e a América Latina. As duas regiões têm destaque mundial na produção de alimentos.