Janeiro 12, 2022
Por Marina Salles
A TerraMagna anunciou hoje uma rodada de investimentos de US$ 40 milhões (cerca de R$220 milhões) em novos fundos de capital e dívida. A rodada é liderada pelo SoftBank Latin America Fund com participação da Shift Capital e Milenio Capital, além de investidores anteriores. Até aqui, a empresa havia levantado US$ 2,2 milhões da ONEVC, MAYA Capital, Accion Venture Lab, The Yield Lab e Canary.
Com uma carteira de mais de US$120 milhões em 2021 — um aumento de mais de 10 vezes em relação a 2020, o que a alçou ao posto de maior fintech agrícola em volume de ativos na América Latina — a startup visa agora expandir sua presença regional e diversificar sua oferta de produtos financeiros.
A TerraMagna fornece financiamento integrado no campo por meio de parcerias com distribuidores de insumos, indústrias e outros membros da cadeia de valor que já têm um relacionamento local de longo prazo com os agricultores, gerenciando seus fluxos de trabalho de vendas e análise de crédito.
Seu objetivo é endereçar a falta de informações sobre a saúde financeira dos produtores. Desta forma, os agricultores podem financiar sua safra e aquisição de maquinários, por exemplo, de forma mais rápida, barata e com uma oferta mais diversificada, enquanto os distribuidores e indústrias impulsionam as vendas — em alguns casos, o aumento da receita foi superior a 20% entre este grupo, dobrando o resultado final obtido antes de usar a solução da agfintech.
Felipe Fujiwara, Líder de Investimentos do SoftBank Latin America Fund, enxerga potencial na solução da TerraMagna para reduzir consistentemente o custo de financiamento para pequenos e médios agricultores. “Acreditamos que mais dados continuarão a melhorar os modelos de subscrição da TerraMagna. A agricultura é um grande mercado no Brasil, mas os pequenos e médios agricultores ainda carecem de financiamento de capital de giro para comprar sementes, fertilizantes e pesticidas. A equipe da TerraMagna desenvolveu uma tecnologia inovadora e um modelo de negócios que lhes permitiu atender este segmento de forma eficiente", diz.
Bernardo Garcia, Sócio Geral da Shift Capital, destaca entre os atributos da agfintech, que estimularam o investimento, o alto nível tecnológico e a capacidade de implantar e monitorar múltiplas operações de crédito de forma simultânea. “Além disso, o go-to-market da empresa é extremamente eficaz - aproveitando os canais com os quais os agricultores estão familiarizados, ela faz o melhor uso da cadeia de valor agrícola e impulsiona o incrível crescimento do portfólio em um mercado historicamente contrário às inovações. Conhecíamos a empresa há algum tempo e decidimos investir depois que ela sistematicamente forneceu desempenho e crescimento de crédito excepcionais”, explica.
Gustavo Ahrends, Sócio-Diretor da Milenio Capital, corrobora o tamanho da oportunidade de assinar um cheque em prol do crescimento do agronegócio, responsável por mais de 25% do PIB brasileiro. “A falta de serviços financeiros básicos é um dos maiores entraves para a continuidade do desenvolvimento do setor. Unindo nossa expertise em finanças estruturadas com a distribuição e tecnologia da TerraMagna, desenvolvemos os produtos financeiros mais adequados - iniciando a construção daquele que se tornará o maior banco brasileiro do agronegócio”, opina.
Bernardo Fabiani, CEO e cofundador da TerraMagna, que trabalha ao lado de uma equipe que já soma 110 especialistas, lembra que a startup é uma plataforma de financiamento verticalmente integrada para a agricultura que faz parcerias com distribuidores de insumos, indústrias e outros membros da cadeia de valor para fornecer crédito em diferentes frentes, da compra de insumos a maquinários.
Nos últimos anos, ele considera que o crédito tem sido a força motriz que manteve a agricultura funcionando, mas que no futuro será necessário ir além. “O agronegócio precisará ter os incentivos, mentalidade e perspectivas de longo prazo que apenas empresas saudáveis podem se dar ao luxo de ter”, missão em que a TerraMagna já participa ativamente.