Com bases fortes na inovação, MSD Saúde Animal dá novo passo e entra para o AgTech Garage

Visão da empresa para a inovação é pensada para ir além da tecnologia, conectando dados, pessoas e animais em torno do conceito de One Health

Novembro 3, 2021.

Por Marina Salles*

“Cada vez mais, a gente acredita que a vantagem competitiva de qualquer empresa, e de qualquer setor, vai ser composta de alguns ingredientes de fora das suas fronteiras”, afirma Jayme Alexandre Dias de Lima, diretor de Estratégia e Inovação da MSD Saúde Animal, uma divisão da Merck & Co., Inc., e unidade global de negócios de saúde animal da MSD.

E foi com esse pensamento que, já em 2015, a Merck Animal Health Ventures, braço de Corporate Venture Capital (CVC) do grupo, começou a trazer startups para dentro de casa. De lá para cá, o CVC montou com um portfólio de 11 investidas, e continuou caminhando para fazer da cooperação no desenvolvimento de novos produtos e serviços uma realidade. 

Mais recentemente, no fim de 2020, a empresa criou uma nova unidade de negócios, a MSD Saúde Animal Intelligence, centrada em promover a saúde e o bem-estar animal por meio da inteligência de dados. Essa é a sexta unidade de negócios da companhia, que vem se somar a outras cinco totalmente vinculadas a seu core business (Ruminantes, Animais de Companhia, Suínos, Aves e Aquicultura).

Em 2020, a companhia já havia formado a Área de Estratégia e Inovação no Brasil, em movimento inédito dentro da organização. Hoje, essa área tem 16 colaboradores. Conforme o balanço da empresa, em 2020 a MSD Saúde Animal faturou R$ 1,15 bilhão no Brasil. Até 2023, a perspectiva é chegar a R$ 1,6 bilhão, graças a investimentos em tecnologias voltadas à predição de dados e iniciativas de promoção da ciência e do bem-estar animal.

Ao lado do AgTech Garage, a expectativa é fortalecer as bases do que já foi construído até aqui e dar novos passos na trilha da inovação aberta. “Quando a gente pensa em ecossistema, claro, pensamos nas startups e queremos cooperar com elas no AgTech Garage. Mas a gente tem uma visão mais ampla. Buscamos oportunidades de trabalhar também com universidades, fundos de Venture Capital, governos e outras grandes empresas de genética, nutrição e eventualmente até mesmo concorrentes nossas, por que não? O conceito agora é de ‘coopetição’”, diz Lima, referindo-se à ideia de que a competição e a colaboração podem andar juntas. 

Do ponto de vista dele, a inovação é viabilizadora de novos patamares de gestão, produtividade, transparência e sustentabilidade ao longo da cadeia de produção animal, além de novas experiências para os pets e seus tutores.

Jayme Alexandre Dias de Lima, da MSD Saúde Animal

Estratégia de inovação transversal

Da MSD Saúde Animal Intelligence, passando pela Área de Estratégia e Inovação no Brasil e pela cultura de “coopetição” adotada pela empresa, tudo culmina, segundo Lima, no programa Novo Horizonte que, como o próprio nome sugere, vislumbra o que será o amanhã da saúde animal na visão da MSD. 

Com um tripé bem-definido, o programa olha para: (1) a sinergia dos dados com  a saúde animal; (2) a conexão do digital com a impressão digital, ou seja, o lado humano das equipes internas e dos clientes e (3) o conceito de Saúde Única (em inglês, One Health). 

“A gente acredita muito no poder que as novas tecnologias de crowd computing, Big Data, IoT, machine learning, inteligência artificial têm. É um potencial gigante de subir o sarrafo em termos do que é uma boa saúde, um bom desempenho na produção animal, uma boa experiência com o pet”, diz. Mas sem esquecer do lado humano. “A base de tudo são as pessoas, então nós queremos usar a tecnologia não para substituir o ser humano, mas para potencializar o impacto que cada uma das pessoas do nosso time pode ter”, explica Lima. 

No caso da Saúde Única, o conceito é o de olhar para a saúde das pessoas, dos animais e do ambiente de forma holística e interligada, gerando valor para todas as partes. Segundo Marília Rangel, Gerente de Relacionamento Internacional e Acesso ao Mercado da MSD Saúde Animal, dentro da própria Área de Estratégia e Inovação foi criada uma unidade de bem-estar animal pensando em interligar essas pontas.

“A bandeira do One Health está no nosso DNA e materializamos isso, por exemplo, por meio de um programa de práticas de manejo de baixo estresse, que comprovadamente aumenta a imunidade dos animais, reduz acidentes tanto dos animais quanto dos manejadores e reduz índices de lesão”, conta Marília.  Até hoje, o programa, chamado Criando Conexões, já impactou mais de 50 mil pessoas. 

DNA até da carne moída

No escopo de soluções que a MSD Saúde Animal já trouxe para dentro de casa está até a de rastreabilidade do gado via análises de DNA, capaz de enxergar o detalhe do detalhe na carne moída. Comercial na Europa, a solução da IdentiGEN é usada por empresas de alimentos para informar ao consumidor a origem da proteína animal que ele compra no supermercado. 

O desejo do consumidor por um sistema alimentar mais justo, transparente e sustentável vai virando realidade (Foto: IdentiGEN)

Nas gôndolas do Reino Unido, é possível, por exemplo, comprar uma lasanha congelada e, escaneando o QR Code, se certificar da origem de cada animal que compôs a bolonhesa. No fim do dia, o objetivo é ser transparente sobre as práticas de sustentabilidade, saudabilidade e bem-estar conduzidas nas fazendas.

Além da IdentiGEN, a Quantified Ag (de monitoramento de bio variáveis do rebanho bovino, para fazer diagnósticos precoces e individualizados), a Poultry Sense (solução completa de monitoramento e gestão de granjas de aves) e a Vaki (voltada ao monitoramento do bem-estar de peixes) dão pistas do que a MSD Saúde Animal vislumbra para seu novo horizonte. 

Deixando a porta aberta para as várias tecnologias que possam chegar à empresa a partir do AgTech Garage, Lima pontua que a MSD Saúde Animal tem olhado, com atenção especial, para soluções de antecipação de diagnósticos e doenças; individualização de animais; rastreabilidade; transparência na cadeia e melhoria de resultados zootécnicos, além da melhoria das experiências entre os pets e seus tutores. 

“Eu vejo a tecnologia na saúde animal como a chance de darmos um baita salto em termos de efetividade, por que ela viabiliza que o produtor, em vez de tomar ações preventivas em todo rebanho e todo o lote, possa ser muito mais assertivo”, afirma o porta-voz. 

*Colaborou Vitor Lima.

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Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agribusiness, PwC Brasil

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Dirceu Ferreira Junior

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