ABMRA: 94% dos produtores têm smartphone e 76% fazem negócios pelo WhatsApp

Maio 25, 2021

Por Marina Salles

A 8ª pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) sobre os Hábitos do Produtor Rural veio recheada de informações que revelam que o produtor rural está mais conectado do que nunca. Segundo o levantamento, 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior realizada em 2017. Além disso, 74% dos produtores usam a internet para se atualizar e acessam a rede 15 ou mais vezes por dia. A previsão do tempo está entre os principais conteúdos acessados.

A pesquisa, encomendada pela ABMRA à IHS Markit, foi feita presencialmente com 3.048 produtores rurais (homens e mulheres com poder de decisão em propriedades de pequeno, médio e grande porte), em 16 Estados e abrangeu 14 culturas agrícolas e quatro atividades animais. Seguindo protocolos de saúde e segurança no contexto da pandemia, os dados foram coletados entre outubro de 2020 e janeiro de 2021.

Hábitos de mídia

O levantamento também mostrou que 76% dos produtores entrevistados usam o Whatsapp para fazer negócios. Enquanto o Facebook continua sendo uma das principais redes sociais usadas por esse público. Já o YouTube quase triplicou de importância em relação à pesquisa de 2017.

Entre os meios de comunicação tradicionais, os produtores preferem a TV aberta, seguida pelo rádio, TV especializada, jornal e revista.

Um em cada quatro produtores participantes da pesquisa (26%) considera a revista como muito importante para se manter informado sobre o setor rural e 30% destacaram que os jornais e revistas do agronegócio ajudam os profissionais do campo a inovarem e aumentarem os seus ganhos.

Em transmissão ao vivo na manhã de hoje, Jorge Espanha, presidente da ABMRA, destacou a resiliência do  rádio, que tem boa penetração entre os produtores rurais, e também a confiança do público em jornais e revistas. “O que vemos é a convergência de vários meios de comunicação com a necessidade de agilidade na tomada de decisão e interação, fator já previsto na 7ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, de 2017”, afirma Jorge Espanha.

Impactos da pandemia

De acordo com a pesquisa, 64% dos produtores rurais sentiram baixo impacto da pandemia nos seus negócios e, por isso, 86% deles não fizeram qualquer mudança na administração de suas propriedades. Um percentual de 78% manteve, inclusive, os planos de investimentos durante a crise sanitária. Aqueles que sentiram um impacto médio da pandemia foram 11% dos produtores. Já um impacto alto, 25%. 

Eventos presenciais

Durante a pandemia, embora boa parte dos eventos tenha migrado para o digital, a IHS Markit identificou que o produtor está ansioso pela volta dos dias de campo, feiras, exposições e congressos realizados de forma presencial. “O produtor rural continua preferindo os eventos técnicos e comerciais, porém aguardam com expectativa as edições presenciais. A 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural identificou que 39% dos agricultores e criadores foram a eventos presenciais antes da pandemia e que 58% deles pretendem ir no futuro. Essa resposta foi praticamente unânime: os produtores rurais desejam a volta dos eventos presenciais”, aponta Ricardo Nicodemos, vice-presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio e coordenador da pesquisa.

Presença feminina no agro

Para 94% dos produtores rurais consultados, a mulher foi considerada vital ou muito importante para o negócio rural. Em relação aos postos de decisão e comando, elas ocupam 26% dos assentos no setor. Mas a disparidade ainda é grande entre as diferentes áreas. Enquanto no ramo leiteiro elas ocupam 88% das posições de liderança, na cadeia da soja esse número é de apenas 2%.

A pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural é realizada desde 1985 e a 8ª edição foi a maior da história. A equipe da IHS Markit, liderada pelo diretor Marcelo Claudino, fez 273 perguntas para cada produtor. No total, foram 4.500 horas de entrevistas, com 2.310 agricultores e 738 criadores. A ABMRA informa que a pesquisa completa está disponível somente às empresas cotistas.

Abaixo, você confere alguns dos dados da amostra abertos ao público:

Grau de escolaridade dos entrevistados

Grau de escolaridade dos entrevistados

Culturas agrícolas